A história de Nossa Senhora do Divino Amor tem duas
vertentes principais: uma no Brasil, especialmente em Petrópolis, e outra em
Roma, no Santuário da Madonna del Divino Amore.
No Brasil, em outubro de 1749, o português Manoel Antunes
Goulão solicitou ao bispo beneditino, Dom Antônio do Desterro, a autorização
para que sua fazenda pudesse contar com uma capela.
Com a devida autorização a primeira capela da região
localizada na Serra da Estrela, onde hoje é a cidade de Petrópolis, foi
construída e inaugurada em 1751, quando possivelmente ali chegou uma imagem
portuguesa do orago: Nossa Senhora do Amor de Deus.
A imagem, “talhada em um só bloco de pesadíssima madeira,
era realmente um precioso exemplar de estatuária religiosa artística, de uma
perfeição de detalhes inimitável”.
Em 1782, os herdeiros de Manoel Antunes Goulão
transferiram a sede e a capela de sua fazenda para outro local. Ali passou a
ser venerada a imagem de Nossa Senhora do Amor de Deus, a essa época já sendo
chamada pela doce invocação de Nossa Senhora do Amor Divino.
Essa edificação, casa e capela, até os dias de hoje se
encontra de pé e sedia um colégio católico, sob a direção das Filhas da
Caridade de São Vicente de Paulo. Esse colégio leva o nome de um dos insignes
devotos de Nossa Senhora do Amor Divino e proprietário da fazenda, por ser
herdeiro dos fundadores: Padre Corrêa.
Em 17 de agosto de 1930, sob a orientação Irmandade do
Espírito Santo e de Nossa Senhora do Amor Divino e com o auxílio dos moradores
da região, teve início a construção de uma nova capela, para abrigar a imagem
de Nossa Senhora do Amor Divino. Inaugurada em 28 de agosto de 1932. Foi
aproveitado o altar que pertencia à antiga capelinha, admirável exemplar de
obra de entalha.
A capela de Nossa Senhora do Amor Divino sediou a nova
paróquia da Diocese, erguida em 1960, e recebeu o título de Santuário Diocesano
em 2011.
É importante ressaltar que a veneranda imagem, desde
julho de 1970, é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, classificada como um bem móvel/bela arte.
Muitos vultos importantíssimos na história do Brasil que
se detiveram em oração aos pés de Nossa Senhora do Amor de Deus: o alferes
Tiradentes e o primeiro Imperador do Brasil, D. Pedro I. Esse último levou sua
filha enferma, Princesa do Brasil, aos pés de Nossa Senhora do Amor Divino,
para obter a cura da mesma pela intercessão da Rainha do Céu.
Em 2021, a veneranda imagem foi restaurada pelo artista
Carlos Magno de Araújo, da cidade de São João del Rey.
E no dia 14 de novembro de 2021 a imagem recebeu a
Coroação Pontifícia, sendo reconhecida a Devoção pelo Santo Padre, o Papa
Francisco.
Tem-se notícia da devoção à Virgem sob este título já no
século XIII, quando na região da planície romana foi construída uma espécie de
fortaleza da família Savelli-Orsini, chamada Castel di Leva.
Sobre uma torre do castelo havia um quadro da Virgem
sentada no trono, tendo ao colo o Menino Jesus. Uma pomba desce sobre a Virgem
como símbolo do Espírito Santo, que é mesmo o Divino Amor. O quadro, naquela
época, era muito venerado pelos pastores da região.
Na primavera de 1740, um viandante que se dirigia a Roma,
chegando perto da torre, foi assaltado por uma matilha e estava para ser
devorado; o pobrezinho levantou os olhos, viu a sagrada imagem e pediu ajuda à
Mãe de Deus; o milagre se realizou: os cães dispersaram-se de repente, fugindo
pelos campos.
Em 1944, Roma corria o perigo de ser destruída pela guerra. No dia 24 de janeiro, o quadro da Virgem do Amor Divino foi transferido para a cidade. Para obter a libertação os romanos, fizeram três promessas à Virgem: mudar a própria vida, erigir um novo Santuário e realizar uma obra de caridade, em sua honra.
Nossa Senhora realizou o milagre e Roma foi salva.
O Papa Pio XII, no dia 11 de junho de 1944, foi rezar com os romanos e deu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de “Salvadora de Roma”.
Existe em Roma o famoso Santuário de Nossa Senhora do
Amor Divino, localizado na via Ardeatina, km 12, chamado Santuário Del Divino
Amore, um belíssimo templo arquitetônico realizado pelo Frei Constantino
Ruggeri. Os vitrais contribuem para criar uma “teofania cósmica”, isto é, uma
manifestação do Divino através da luz que chega do alto até cair sobre o altar.
Tem por telhado, um tapete de gramado verde, paredes imensas com vidraças de
cristal coloridas que dão uma luz mística a todo o espaço.
O santuário foi inaugurado por São João Paulo II em 1999
e foi incluído nas igrejas peregrinas para o Grande Jubileu de 2000.
"Nós olhamos para ti, Mãe do Divino Amor, esperando por ti, peia tua materna intercessão, a nossa salvação... Guarda a tua Roma." (Pio XII, 11 de junho de 1944)
Fonte:
https://mensageiras.com/
https://santuarionsamordivino.com.br/