Isaías nasceu em uma nobre tribo de Israel, em 770 a.C.
Foi enviado por Deus para revelar, ao Povo infiel e pecador, a fidelidade e a
salvação do Senhor, em cumprimento da promessa que Deus fez a Davi. Este profeta
viveu, segundo a tradição, por mais de um século; suas profecias envolveram
cerca de cinquenta anos da história de Jerusalém.
Deus apareceu em sonho a Isaías para confiar-lhe a sua
missão. O futuro profeta viu o Senhor sentado em um grande trono no Templo,
circundado por querubins. Um deles pegou um carvão ardente do altar e com ele
tocou a boca de Isaías, "purificando-a" do pecado. Assim, Deus tomou
a palavra e convidou Isaías a pregar a verdade ao Povo escolhido.
As profecias de Isaías começaram em torno do ano 740
a.C., sob o reinado de Ozias. Em uma visão, o profeta viu a queda de Israel em
um período histórico, que coincidia com o avanço do império assírio para o
oeste. Suas visões duraram 44 anos, ou seja, durante os reinados de Jotão,
Acaz, Ezequias e, finalmente, de Manassés.
Quando Ezequias se aliou aos egípcios, contra o crescente
poder dos assírios, Isaías foi contra e profetizou a destruição do reino,
pedindo aos homens para não fazer alianças entre si, mas se voltar somente para
Deus. Eram exemplares a beleza e a transparência das suas palavras, tanto que,
mais do que previsões de acontecimentos futuros, pareciam narrações de
histórias passadas. O livro de profecias de Isaías é dividido em 66 capítulos,
nos quais ele fala também da vinda do Libertador, descrevendo seu nascimento e
obras, até a sua Paixão e Morte.
Quando o Reino de Judá passa para o poder de Manassés,
Isaías se preocupou, porque o novo rei era ímpio e cruel, por ter caído na
idolatria. Então, o Senhor enviou o profeta para convidá-lo a voltar ao culto
do único e verdadeiro Deus e ao arrependimento dos seus pecados.
Transcorria o 681 a.C. Manassés não só não deu ouvidos a
Isaías, mas o condenou a uma morte atroz. Por isso, o Santo Profeta é venerado,
em muitos lugares, também como mártir.
Temas específicos da Profecia de Isaías:
O livro de Isaías inteiro mostra a participação ativa dos
profetas na vida de seu povo.
Primeiro Isaías
A obra de Deus (o Deus que age)
Deus e o povo pecador
O “conhecimento” de Deus
A salvação, em perspectiva messiânica
Segundo Isaías
Ridiculariza os deuses da Babilônia
No seu texto destacam-se sobretudo os cânticos do Servo
Terceiro Isaías
A obra isaiana divide-se em três períodos e em três
partes, cada qual marcada, ao que parece, por um profeta principal. As
escrituras isaianas correspondem a três
momentos cruciais do povo de Deus: a invasão dos assírios, o exílio babilônico
e a restauração do povo depois do exílio.
O livro de Isaías é dividido em
Primeira parte (1-39)
1-6: capítulo introdutório e oráculo da primeira fase
(reinado de Acaz); a visão inaugural se encontra no cap. 6
7-12: oráculos de censura e reconforto, do tempo de Acaz
e Ezequias (o “livro de Emanuel”)
13-23: oráculos contra as nações estrangeiras (parte
posteriores ao exílio)
24-27: “grande apocalipse” isaiano, de origem posterior a
Isaías (depois do exílio babilônico)
28-33: oráculos sobre Israel e Judá pronunciados
sobretudo na fase tardia de sua atividade, durante o reinado de Ezequias
34-35: “pequeno apocalipse”, sobre o julgamento das
nações e o retorno de Israel (pós-exílio)
36-39: história da atividade de Isaías durante a invasão
assíria (Senaquerib) recolhida por um redator ulterior.
Segunda parte (40-55)
40-48: Deus libertador de Israel
cântico 1º: 42,1-4
49-55: restauração de Israel e salvação universal
Cânticos: 2º: 49,1-6
3º: 50,4-9
4º:52,13-53,2
Terceira parte (56-66)
56-59: exortações à justiça
60-62: a nova glória de Jerusalém
63-66: oráculos escatológicos
Os patriarcas, os profetas e outras personagens do Antigo Testamento foram, e serão sempre, venerados como santos em todas as tradições litúrgicas da Igreja Católica Apostólica Romana.
Fonte: Bíblia Sagrada, tradução da CNBB