quinta-feira, 19 de junho de 2025

19 de junho - SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO (CORPUS CHRISTI)

 

Esta Solenidade é celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade.

A festa é claramente ligada à Quinta-Feira Santa, e manifesta o seu caráter essencial: "Na festa de Corpus Christi, a Igreja revive o mistério da Quinta-Feira Santa à luz da Ressurreição"

A celebração de Corpus Christi é a celebração do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, é a festa na qual nós católicos celebramos a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, “fonte e ápice de toda vida cristã” (LG 11). 

A solene celebração de Corpus Christi, tal como a conhecemos hoje, é devido à inspiração da religiosa flamenga Santa Juliana de Cornillon (1191-1258). A festa, iniciada na diocese de Liège, na Bélgica atual, em 1246 se espalhou rapidamente, graças aos esforços do flamengo James Pantaleone de Troyes, mais tarde eleito Papa Urbano IV (1261-1264).

O Papa Urbano IV (1261-1264) estendeu-a à Igreja universal, em 08 de setembro de 1264, através da Bula Papal “Transiturus de hoc mundo”, onde além da instituição da data, concede a indulgência plenária a todas as pessoas que participam desta Solenidade.

A Missa e o Ofício de Corpus Christi foram compostos por São Tomás de Aquino, sob as ordens do Papa Urbano IV., para que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.

A difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313).

Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições públicas da Eucaristia e diz que principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas (cân. 944).

A Hóstia consagrada, exposta no ostensório, sairá às ruas das nossas cidades, para mostrar ao mundo esse grande milagre, em que temos o nosso Deus tão próximo e acessível, presente no sacrário das nossas igrejas. A procissão de Corpus Christi é um ato de manifestação pública da nossa fé na presença real, verdadeira e substancial de Jesus Cristo na Eucaristia.

O Cristo Eucarístico caminha à nossa frente, a hóstia consagrada é conduzida em um ostensório, visível aos olhos de todos para que sintam a presença de Deus que caminha junto de seu povo em todos os momentos de sua vida.

A "custódia ou ostensório", como nós conhecemos, é uma peça litúrgica que surge a partir da criação dessa solenidade com a função de expor o Santíssimo Sacramento durante a adoração pública.

A procissão com o Cristo Eucarístico que segue imediatamente à celebração da Santa Missa teve início entre os anos de 1274 e 1279, em Colônia, na Alemanha.

Essa prática encontrou boa acolhida na maioria dos países ainda no século XIV e, no século XV, a procissão começa a ser realizada também em Roma.

Esta festa é, para todos os Católicos, o momento de comemorar a real presença de Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e vinho em corpo e sangue, a transubstanciação.

Convém que a procissão se realize após a Missa na qual se consagrará a hóstia a ser levada na procissão”.

Em todo o mundo, Corpus Christi é marcado pela procissão eucarística solene que segue após a missa. Também a festa, se recorda a celebração da Quinta-Feira Santa, que termina com a procissão eucarística até o altar da reposição.

A procissão é um ato público de fé na presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

O Espírito Santo, pelos gestos e palavras do sacerdote, realiza na consagração a transubstanciação, na qual o pão torna-se o Corpo de Cristo e o vinho torna-se o Sangue de Cristo.

Em 1983, o novo Código do Direito Canônico – cânon 944, §1- mantém a obrigação de se manifestar “o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia” e “onde for possível, que haja procissão pelas vias públicas”, mas os Bispos têm de escolher a melhor maneira de fazer, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

É importante recordar três elementos ou atitudes que constituem a forma de celebrar esta solenidade:

  • o reunir-se comunitariamente em torno do Senhor, o estar em pé diante dEle, do seu lado, e assim, estarmos juntos;
  • o caminhar com o Senhor, isto é, a procissão;
  • o ajoelhar-se diante do Senhor, a adoração, a glorificação e a alegria pela sua proximidade.

Na procissão vemos vários elementos. Cada um tem um significado especial.

  • O ostensório que o padre leva é a custódia do Corpo de Cristo na Eucaristia, significa que Jesus é a nossa luz.
  • Dentro do ostensório, segurando a Santa Hóstia, há uma haste em formato de lua. Jesus é nossa luz em todos os momentos.
  • O padre se reveste da Capa Asperge e do Véu Umeral. É a forma de mostrar o quando amamos e honramos a nosso Senhor Jesus Cristo.
  • Os candelabros com as velas acesas significam que Deus está aqui.
  • A santa cruz que vai à frente nos recorda que a salvação de Jesus é que fez tudo possível para nós.
  • O Turíbulo com o incenso simboliza nossas orações, nosso amor que sobe aos céus em gratidão e em honra do Corpo Santo de Jesus.
  • O cortejo dos Acólitos e Coroinhas nos fazem pensar nos anjos que diante do Trono do Cordeiro o estão servindo.
  • Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística que diariamente servem ao altar levando o Corpo de Cristo aos doentes e o distribuindo nas celebrações da Palavra e na Santa Missa.
  • O povo, de modo geral, forma o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, que se coloca em adoração ao Corpo Sacramental de Cristo na Eucaristia.

Em unidade com toda a Igreja e com o mistério Eucarístico, cantamos:

Tão sublime sacramento adoremos neste altar, pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar. Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador. Ao Espírito exaltemos, na Trindade, eterno amor. Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor. Amém”.

Esse hino traduz aquilo que a liturgia deseja vivenciar nesse dia: expor a verdadeira doutrina do Santíssimo Sacramento do altar e anunciar que o pão e o vinho consagrados são, verdadeiramente, o Corpo e o Sangue de nosso Redentor.



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