Hoje é celebrada a festa de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, padroeira dos Padres Redentoristas.
Por volta de 1496, venerava-se numa igreja da Ilha de
Creta um milagroso quadro da Virgem Maria. Segundo antiga tradição, fora
pintado em fins do séc. XIII por um artista desconhecido, inspirado em uma
pintura atribuída a São Lucas.
O ícone original tem origem grega e foi levado para Roma
no final do século XV.
(Ícone é o nome dado a uma pintura que, não sendo apenas
um quadro ou uma obra de arte, é carregada de significados sagrados e leva seu
observador à oração.)
A história do ícone envolve um roubo, uma tormenta em
alto mar, uma mensagem de Nossa Senhora a uma criança, tempos de veneração, de
esquecimento e uma guerra até chegar às mãos da Congregação do Santíssimo
Redentor.
A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a
ser propagada a partir de 1870 (século XIX), e espalhou-se por todo o mundo,
com muitos devotos buscando a sua intercessão em momentos de dificuldade.
Em 1866, o Papa Pio IX entregou a guarda da imagem aos
Redentoristas e fez esta recomendação: “Fazei com que todo o mundo conheça esta
devoção.”
Fizeram então muitas cópias do ícone e a difundiram por
todas as partes do mundo.
Atualmente, o quadro original encontra-se na Igreja de
Santo Afonso em Roma.
De semblante grave e melancólico, Nossa Senhora traz, no
braço esquerdo, o Menino Jesus, ao qual o Arcanjo Gabriel apresenta quatro
cravos e uma cruz.
Ela é a senhora da morte e a rainha da vida, o socorro
seguro e certo dos que a invocam com amor filial.
"Perpétuo Socorro quer dizer socorro eterno, socorro
sempre e constante, a cada instante, em todo o momento que necessitamos e
suplicamos pela sua amorosa intercessão."
O centro da pintura não é Nossa Senhora, mas sim Jesus.
Maria é, assim, “aquela que indica o caminho”, ou como é mais conhecida: “a via
de Cristo”.
O milagroso ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
mede 53 por 41,5 centímetros, executado em madeira sobre fundo dourado.
O Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é
formado por quatro figuras: Nossa Senhora, o Menino Jesus e dois arcanjos.
A aparição dos arcanjos com uma lança, a esponja com
vinagre e a cruz mostram ao Menino Jesus os instrumentos de sua Paixão.
Assustado corre aos braços da Mãe. Por causa do movimento brusco, desamarra a
sandália. O menino se assusta com aqueles instrumentos da cruz, abraça a Mãe e
uma sandália lhe cai dos pés. Maria o acolhe com ternura e lhe transmite
segurança.
O olhar de Nossa Senhora não se dirige ao Menino, mas a
nós. Porém, sua mão direita nos aponta Jesus, o verdadeiro e Perpétuo Socorro.
Jesus não olha nem para sua Mãe nem para nós, mas parece
querer abarcar com seu olhar divino os dois anjos que seguram os instrumentos
da Paixão: à esquerda, São Miguel, de manto verde, com a lança e a esponja de
fel; à direita, São Gabriel, de manto lilás, com a cruz e os cravos que
perfuraram pés e mãos do Redentor. Os Arcanjos flutuam acima dos ombros de
Maria
As duas mãos de Jesus estão seguras nas mãos de Maria,
gesto de confiança do Filho que se apoia na sua querida Mãe.
Sob o manto azul, Maria veste uma túnica vermelha. Nos
primórdios do Cristianismo, as virgens se distinguiam pela cor azul, símbolo da
pureza, e as mães pela cor vermelha, signo da caridade. Essa combinação
cromática define, pois, excelentemente Nossa Senhora, Virgem e Mãe. Nota-se
também o verde no forro de seu manto. Ora, a composição dessas três cores era
de uso exclusivo da realeza. Assim, a dignidade régia da Rainha dos Anjos e dos
Santos está bem representada em suas vestimentas.
Bem no alto do quadro, metade em cada lado, estão
escritas, em letras gregas, as iniciais da expressão “Mãe de Deus”; ao lado da
cabeça do Menino Jesus, as iniciais de “Jesus Cristo”; acima do anjo da
esquerda, “Arcanjo Miguel”; e do anjo da direita, “Arcanjo Gabriel”.
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