Santa Rita de Cássia nasceu por volta de 1381, em
Roccaporena, um vilarejo localizado no sopé do Monte Rucino, no município de
Cássia (Úmbria, Itália).
Santa Rita de Cássia, religiosa agostiniana, viveu na
Úmbria, região da Itália central, no século XV que, casada com um esposo
violento, suportou pacientemente a sua crueldade e o reconciliou com Deus.
Depois de ter perdido o esposo e os filhos, Rita procurou
as Irmãs Agostinianas do Mosteiro de S. Maria Madalena, em Cássia. Em virtude
do histórico violento de seu esposo e das rixas entre seus cunhados e a família
dos assassinos, foi-lhe negado o ingresso por três vezes, sendo-lhe permitido
somente após uma reconciliação pública entre as famílias. Era o ano de 1407 ou
1413, e Rita tinha cerca de 30 anos.
No Mosteiro, Rita se dedicava ao máximo para viver como
uma irmã religiosa perfeita. Se submeteu docilmente a todo processo de
formação, aprimorou o dom da pobreza doando tudo o que possuía, aprofundou-se
na escuta da Palavra e da regra agostiniana, e principalmente, fez-se em tudo
obediente. Por fim professou solenemente seus votos perpétuos de pobreza,
castidade e obediência.
Se não bastasse todo o sofrimento que a vida lhe
ofertara, Rita ansiava por viver na carne uma parcela das dores vividas por
Cristo em sua paixão. Este desejo foi a causa de muitas de suas orações, e sua
prece foi atendida em 1432: enquanto contemplava o Crucifixo, sentiu um espinho
da coroa de Cristo cravar em sua testa, produzindo uma ferida profunda. Para
muitos biógrafos, tal ferida era dolorosíssima, com constante sangramento, e
expelia um odor pútrido, obrigando Rita a viver isolada das demais religiosas.
Tal ferida só desapareceu momentaneamente por ocasião de uma peregrinação à
Roma, para a canonização de São Nicolau de Tolentino, em 1446.
Após o retorno de Roma a ferida abriu-se novamente, e
sangrou por sete anos. Destes, em virtude de uma vida de penitência e
sofrimentos, Rita viveu quatro anos acamada.
Percebendo a proximidade do encontro com seu Amado, Rita
pediu o Sacramento dos Enfermos, e no dia 22 de maio de 1447, entregou sua alma
ao Criador. No mesmo instante todos os sinos do Mosteiro tocaram sem que
ninguém os movessem, abelhas negras (api nere) e um perfume de rosas invadiram
o convento. No quarto de Rita se podia ver uma grande luminosidade, e por fim,
a chaga se fechou.

O corpo de Rita não foi enterrado, mas foi colocada numa
caixa de cipreste, que se perdeu num incêndio posterior. O corpo, no entanto,
saiu milagrosamente ileso e foi colocado em um sarcófago de madeira, obra de
Cesco Barbari, um carpinteiro local, e decorado em 1457 por Antonio da Norcia.
As pinturas representam Rita como estava na época de seu falecimento, e é a
representação mais antiga da Santa. Atualmente o corpo de Santa Rita está
incorrupto, em uma urna transparente, na nova Basílica de Cássia.
Apesar dos inúmeros milagres, Rita só foi beatificada
cento e oitenta anos após a sua morte, em 16/07/1627, pelo Papa Urbano VIII,
que conhecia bem a sua história por ter sido Bispo de Spoleto, Diocese a que
pertence Cássia. Mais duzentos e setenta e três anos foram necessários para que
em 24/05/1900, o Papa Leão XIII a canonizasse solenemente, embora para o povo
já fosse santa e modelo de santidade desde 1381.
A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas
na história da Igreja católica. Os seus devotos chamam-na de "santa dos
impossíveis", porque desde o dia de sua morte ela tem realizado milagres
muito prodigiosos, coisas consideradas impossíveis. Graças à sua intercessão,
foram resolvidos, milagrosamente, diversos casos insolúveis.
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