Com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas, em 05 de
março, iniciamos o tempo da Quaresma que terminará antes da Missa vespertina do
Lava-pés e da instituição da Eucaristia, exclusive, na quinta-feira Santa, no
dia 17 de abril.
Assim como o Carnaval e a Páscoa, a Quaresma também é móvel e sua data de início muda todos os anos. Na quinta-feira santa, à noite,
tem início o tríduo pascal, que compreendem as últimas celebrações da semana
santa.
Quaresma é tempo de conversão e de nos voltarmos para o
reino de Deus e sua justiça.
A conversão quaresmal inclui dimensões como a volta para
Deus, o amor ao próximo, nossos deveres comunitários e o envolvimento ativo na
vida e missão de nossa Igreja e tem como propósito a Oração, o Jejum e a
Caridade.
Desde o século II, os cristãos se preparavam para a
Páscoa com dois dias de jejum e penitência. Depois, estas práticas foram
estendidas para toda a Semana Santa. No ano 325, o Concílio de Nicéia,
reconhecia a preparação da Páscoa por 40 dias, segundo o “modelo” de Jesus, que
passou 40 dias jejuando no deserto, tentado por Satanás, sem contar os 40 anos
do Povo de Israel no deserto e os 40 dias de jejum de Moisés, no Sinai ou de
Elias no monte Horeb.
De acordo com informações do Vaticano, a quaresma surgiu
no século IV (por volta do ano 350 d.C.) quando a Igreja decidiu aumentar o
tempo de preparação para a Páscoa. Antes disso, a quaresma era de apenas três
dias, compreendendo o Tríduo Pascal.
Seu nome surgiu de uma expressão comum usada na época “Quadragésima die Christus pro nobis tradétur”, que se traduz assim: “Cristo será entregue por nós daqui 40 dias (no quadragésimo dia)” para a nossa salvação. Essa mudança aconteceu (Cfr. Tertuliano: Tradição Apostólica de Hipólito e Santo Irineu) porque a igreja percebeu que os fiéis precisavam de mais tempo para se preparar para a Páscoa e acrescentaram o tempo em que Jesus jejuou no deserto nesse período.
O período de 40 dias de preparação da Páscoa foi estabelecido antigamente pela Igreja, para nele aceitarmos o convite a procurar o Senhor: «Quaerite Dominum»!
A Quaresma, como período de 40 dias em preparação da
Páscoa, tem na Igreja a sua história concreta, através da qual se inscreve na
história dos corações e das consciências humanas. A origem da Quaresma parece
remontar ao século IV; mas já nos séculos II e III — antes de se chegar ao
período fixo de 40 dias — se preparavam os fiéis para a Páscoa com especiais
jejuns e orações (Cfr. Terluliano. Traditio Apostolica de Hipólito e Santo
Ireneu). Neste período, os penitentes públicos preparavam-se para a reconciliação,
e os catecúmenos para o Batismo.
A quaresma é período de penitência, de conversão, de
mudança do coração (metanóia), que se inspira em diversos motivos, mas
sobretudo nasce da meditação da Paixão e da Morte de Jesus Cristo.
Nos primeiros séculos o período de 40 dias foi, na
Igreja, o tempo de preparação especial intensiva para o Batismo. Foi o tempo
dedicado de modo especial ao catecumenato. Realizava-se durante este tempo, o
processo de conversão que é necessário considerar como o primeiro e mais
fundamental: a conversão a Deus que nos dá a nova vida em Cristo.
A Quaresma é o tempo de um especial encontro com Cristo.
A Quaresma constitui aquele tempo feliz em que cada um de
nós pode, de modo especial, passar através da zona de luz. Luz potente, luz
intensa, provém do Cenáculo, do Getsêmani, do Calvário e enfim do Domingo da
Ressurreição. É necessário atravessar esta zona de luz de maneira que encontre
cada um a Vida em si.
Fonte: (Homilia do
Papa João PAULO II - 20 de março de 1980) - «Quaerite Dominum dum inveniri
potest. Invocate Eum, dum prope est» (“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar.
Invoque-o enquanto está perto.”)
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