Daniel é contado na tradição cristã entre os quatro
“Profetas maiores” (embora na Bíblia hebraica seu livro esteja entre os
“Escritos”).
A data da composição do livro de Daniel pode ser fixada
entre os anos 175 e 163 aC. embora o personagem Daniel seja apresentado como
alguém que viveu na época do cativeiro da Babilônia por volta do ano 550 aC.
Os acontecimentos aparecem como se ainda tivessem que
acontecer no futuro.
Daniel, judeu, de família nobre, foi deportado para a
Babilônia (séc. VII aC.) , juntamente com Ananias, Misael e Azarias (também
chamados Sidrac, Misac e Abdênago).
Pela sua sabedoria e capacidade de interpretar sonhos,
foi escolhido para o serviço de Nabucodonosor.
Profetizou a decadência do Império babilônico.
Os quatro personagens lutaram para manter firme sua fé
diante das práticas idolátricas dos babilônios.
Foram condenados por sua recusa a prestar culto ao rei
como a um deus: os três jovens foram jogados em uma fornalha (Dn 3) e Daniel
aos leões, sob o reinado de Dario (Dn 6), mas Deus os salvou e os perseguidores
tiveram de reconhecer o poder do verdadeiro Deus. Por ser fiel à Lei e repudiar
a idolatria foi protegido e recompensado por Deus.
Conteúdo geral da Profecia de Daniel:
Os estudiosos datam o livro no tempo de Judas Macabeu, um
pouco antes de 164aC, pois não menciona a reconquista do templo de Jerusalém,
mas o livro apresenta o profeta como contemporâneo dos reis babilônios
Nabucodonosor II e seu filho Baltazar, e dos reis Ciro e Dario da Pérsia,
atuando de 600 a 500aC, o que parece improvável.
O livro de Daniel divide-se numa parte mais narrativa (Dn
1-6) e uma parte mais apocalíptica visionária (Dn 7-12), seguida dos dois
anexos, independentes um do outro, a história de Susana (Dn 13) e o episódio de
Bel e o Dragão (Dn 14).
A parte narrativa conta a vida de Daniel e seus
companheiros na corte do rei da Babilônia enquanto a parte apocalíptica é uma
visão da história do tempo de Antíoco Epifanes.
O livro é de Daniel dividido em:
Daniel e seus companheiros na corte do rei da Babilônia
(Dn 1),
sonho da estátua dos pés de barro (Dn 2),
os três jovens na fornalha
(Dn 3),
sonho da grande árvore (Dn 4),
banquete do rei Baltazar (Dn 5),
Daniel
na cova dos leões (Dn 6),
a visão do filho do homem (figura humana ou figura de
um homem que por falsa tradução se converteu em “filho do homem”) (Dn 7)
e as
quatro feras que são os impérios (leão = Babilônia, urso = Média, leopardo =
Pérsia e besta (Alexandre, da Macedônia), a visão do carneiro (o último rei
Persa) e do bode (Alexandre) (Dn 8),
as setenta semanas (Dn 9),
o anjo
revelador e os sucessores de Alexandre; Antíoco Epifanes (Dn 10-11),
a
ressurreição dos justos e apoteose (Dn 12).
Temas específicos da Profecia de Daniel:
A apocalíptica e a compreensão ampla da história,
baseia-se numa visão ampla da história. Deus dá a conhecer as grandes linhas da
história, e isso, na ótica da vitória final dos justos.
A fidelidade ao Deus de Israel.
Os mártires.
A futilidade do
sistema babilônico e do sistema idólatra em geral.
A justiça de Deus, vencedora da hipocrisia.
Fonte: Bíblia Sagrada, tradução da CNBB