quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

domingo, 25 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DO NATAL

Difícil é, num mundo marcado pelo laicismo, ter bem presentes o autêntico significado do Santo Natal e o benefício incomensurável que representou para os homens a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Desse modo singelo resumiu o Discípulo Amado o maior acontecimento da História. Suas desprPresépio_.jpgetensiosas palavras sintetizam o rico e insondável conteúdo do grandioso mistério comemorado a cada 25 de dezembro: na obscuridade das trevas do paganismo, raiou a aurora de nossa salvação. Fez-Se homem o Esperado das nações, Aquele que tinha sido anunciado pelos profetas.

Cenário tomado pelo sobrenatural

Na noite em que Jesus veio ao mundo, pairava sobre Belém uma atmosfera de paz e alegria. A natureza parecia estar em júbilo enquanto, dentro de uma gruta inóspita, um santo casal contemplava seu Filho recém-nascido.

Ela é a Mãe das mães, concebida sem pecado original, criatura perfeita, na qual o Criador depositou toda a graça. Ao seu lado encontra-se São José, esposo castíssimo, varão justo cujo amor a Deus, integridade e sabedoria o tornam digno de tão augusta Esposa. E a Criança que ambos contemplam é o próprio Deus, que assume nossa natureza para dar a maior prova possível de seu amor à humanidade.

Quão sublime atmosfera envolvia aquele cenário paupérrimo! O ambiente no qual nasceu o Menino Deus devia estar tão tomado pelo sobrenatural que, se alguém tivesse a dita de entrar naquela gruta, ficaria imediatamente arrebatado por toda sorte de graças.

Foi o que ocorreu com os pastores. Após o aviso dos Anjos, correram em direção à gruta e lá encontraram o Rei do Universo deitado sobre palhas. Abismados pela grandeza dessa cena, que contemplavam também com os olhos da Fé, não tiveram outra atitude senão a da adoração. Que extraordinária dádiva receberam, sendo os primeiros a contemplar o Criador do Céu e da Terra feito homem, envolto em faixas, numa manjedoura!

Deus quis apresentar-Se de forma exemplarmente humilde

Considerando as imponentes manifestações da natureza que acompanhavam as intervenções de Deus no Antigo Testamento — o mar se abre, o monte fumega, o fogo cai do céu e reduz cidades a cinzas —, resulta surpreendente constatar a humildade e discrição com que Cristo veio ao mundo.

Não teria sido mais condizente com a grandeza divina que, na noite de Natal, sinais magníficos marcassem o acontecimento no Céu e na Terra? Não poderia, ao menos, ter nascido Jesus num magnífico palácio e convocado os maiores potentados da Terra para prestar-Lhe homenagens? Bastar- Lhe-ia um simples ato de vontade para que isso acontecesse...

Mas, não! O Verbo preferiu a gruta a um palácio; quis ser adorado por pobres pastores, ao invés de grandes senhores; aqueceu-Se com o bafo dos animais e a rudeza das palhas, em lugar de usar ricas vestes e dourados braseiros. Nem mesmo quis dar ordem ao frio para que não O atingisse. Num sublime paradoxo, desejava a Majestade infinita apresentar-Se de forma exemplarmente humilde.

Pois, apesar das pobres aparências, Aquele Menino era a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. NEle dava-se a união hipostática da natureza divina com a humana, conforme explica o renomado padre Boulenger: “União é o estado de duas coisas que se acham juntas. Ela pode realizar-se ora nas naturezas, por exemplo, quando o corpo e a alma unem-se para formar uma só natureza humana; e ora na pessoa, quando se unem duas naturezas na mesma pessoa. Esta última união chama-se hipostática, porque, em grego, os dois termos, hipóstase (suporte) e pessoa, têm igual significação teológica”.

E, depois da união, essas duas naturezas permaneceram perfeitamente íntegras e inconfundíveis na Pessoa de Cristo, que não é humana, mas divina. Por esse motivo é Ele chamado Homem-Deus.

Abismo intransponível

Mas, por que quis a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnar-Se em uma tão inferior natureza? Os nossos primeiros pais foram criados no Paraíso Terrestre em estado de inocência original, portanto em justiça e santidade.

Além dissPresepio.jpgo, na sua infinita bondade, Deus conferiu a Adão dons de três qualidades: naturais, estando todas as propriedades do corpo e da alma perfeitamente ordenadas para alcançar o seu fim natural; sobrenaturais, a graça santificante, ou seja, a participação na própria vida de Deus, e a predestinação à visão de Deus na eterna bem-aventurança; e preternaturais, tais como a ciência infusa, o domínio das paixões e a imortalidade, que constituem o dom de integridade.

Como contrapartida a esses imensos benefícios, foi apresentada ao homem uma prova.

Devia ele cumprir de modo exímio a lei divina, guiando-se pelas exigências da lei natural gravada no seu coração, e respeitar uma única norma concreta que Deus lhe dera: a proibição de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, plantada no centro do Jardim do Éden (cf. Gn 2, 9-17).

Narra-nos a Sagrada Escritura como a serpente tentou Eva, como caíram nossos primeiros pais e como foram expulsos do Paraíso (cf. Gn 3, 1-23). Em consequência do pecado, boa parte desses privilégios lhes foram retirados.

Mas Deus, em sua infinita misericórdia, manteve-lhes os privilégios naturais, como descreve o douto padre Tanquerey: “Contentou-Se de os despojar dos privilégios especiais que lhes tinha conferido, isto é, do dom de integridade e da graça habitual: conservam pois, a natureza e os seus privilégios naturais. É certo que a vontade ficou enfraquecida, se a compararmos ao que era com o dom de integridade; mas não está provado que seja mais fraca do que teria sido no estado de natureza”.

O Pecado Original abriu entre Deus e os homens um abismo intransponível. As portas do Céu se fecharam e o homem contingente só podia oferecer a Deus uma reparação imperfeita da ofensa cometida. E o Filho ofereceu-Se ao Pai para, “fazendo-Se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2, 8), restituir ao homem a graça perdida com o pecado. O próprio Criador fazia-Se criatura para, com uma generosidade inefável, saldar nossa dívida.

O caminho da glória passa pela Cruz

Entretanto, por que quis Jesus sofrer o desprezo dos seus coetâneos e os tormentos da Paixão? Estando hipostaticamente unido à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, qualquer gesto da Sua natureza humana poderia ter redimido a humanidade inteira. Um simples ato de vontade de Cristo teria bastado para obter de Deus o perdão de todos os nossos pecados.
Mais uma vez, deparamo-nos com um sublime paradoxo. Com o exemplo de Sua Vida e Paixão, queria Jesus ensinar-nos que, neste vale de lágrimas, a verdadeira glória só vem da dor. E como o Pai desejava para Seu Filho o máximo grau de glória, permitiu que Ele passasse pelo extremo limite do sofrimento.

“O Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos” (Mt 20, 28). Já na manjedoura em Belém, nosso Salvador estava ciente de ter vindo ao mundo para expiar nossos pecados. É esse o motivo pelo qual em muitos presépios presépio1.jpgo Menino Deus nos é apresentado com os braços abertos em cruz. Durante toda a sua vida, de Belém ao Gólgota, Jesus não fez outra coisa senão avançar ao encontro do Sacrifício Supremo que Lhe acarretaria o fastígio da glória.

A Terra toda foi renovada

Pode haver ser humano mais frágil do que uma criança, habitação mais simples do que uma gruta e berço mais precário do que uma manjedoura? Entretanto, a Criança que contemplamos deitada sobre palhas na gruta de Belém haveria de alterar completamente o rumo dos acontecimentos terrenos.

Afirma o historiador austríaco João Batista Weiss: “Cristo é o centro dos acontecimentos da História. O mundo antigo O esperou; o mundo moderno e todo o porvir descansam sobre Ele. A Redenção da humanidade por Cristo é a maior façanha da História universal; sua Vida, a memória mais alta e bela que possui a humanidade; sua doutrina, a medida com que se há de apreciar todas as coisas”.

Difícil é, num mundo marcado pelo relativismo e pelo laicismo — quando não pelo ateísmo —, ter bem presentes o verdadeiro significado do Santo Natal e o benefício incomensurável que representou para os homens a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

Cristo era o varão prometido a Adão logo depois de sua queda, o Messias anunciado durante séculos pelos profetas. Mas a realidade transcendeu qualquer imaginação humana: quem poderia excogitar que Ele seria o próprio Deus encarnado? A vinda de Jesus ao mundo não só abriu-nos as portas do Céu e nos trouxe a Salvação, mas também renovou toda a Terra. Diz São Tomás que Nosso Senhor quis ser batizado, entre outras razões, para santificar as águas.

 E o mesmo aconteceu com todos os outros elementos: a terra foi santificada porque seus divinos pés a pisaram; o ar, porque Ele o respirou; o fogo ardeu com maior vigor e pureza. Podemos sem dúvida dizer que este nosso mundo nunca mais foi o mesmo depois de nele ter vivido, feito homem, o próprio Criador.

Não é por acaso que se contam os anos a partir do nascimento de Cristo, pois Ele, realmente, divide a História em duas vertentes. Antes dEle a humanidade era uma, e depois passou a ser diametralmente outra. São duas histórias. Quase poderíamos afirmar serem dois universos! (Revista Arautos do Evangelho, Dez/2009, n. 96, p. 19 à 21)



Fonte: http://www.arautos.org/especial/21841/O-verdadeiro-significado-do-Natal.html

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Quem visitou Jesus primeiro? Os pastores ou os magos?

Historicamente, não é possível determinar a questão.
 
O fato é que a comunidade de Mateus, que tem como intenção manifestar Jesus aos povos (epifania),  apresenta os magos estrangeiros visitando e acolhendo o Messias na criança de Belém. 
 

A comunidade de Lucas, no entanto, anunciando a boa-nova ao pobres, apresenta os pastores  como primeiros destinatários da notícia do nascimento do menino na manjedoura da gruta de Belém.
 

Lucas será refletido no primeiro domingo de 2012 e Mateus no segundo domingo.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O PAÍS DOS POÇOS

“Era uma vez o país dos poços. Qualquer visitante estranho que chegasse àquele país só conseguia ver poços: grandes, pequenos, feios, bonitos, ricos, pobres... À volta dos poços, pouca vegetação. A terra estava seca!

Os poços falavam entre si, mas à distância e gabavam-se daquilo que tinham nas suas bocas, mas havia sempre um pedaço de terra entre eles. Na realidade, quem falava era a boca do poço e dava a impressão que ao falar ressoava um eco, porque na verdade a fala provinha de lugares ocos.

Como a boca dos poços estava oca, os poços davam a sensação de vazio, de angústia e cada um procurava encher esse vazio como podia: com coisas, ruídos, sensações raras, livros, sabedorias... Havia poços com a boca tão larga que permitia colocar nela muitas coisas. As coisas, com o tempo, passavam de moda: então, com as mudanças, chegavam continuamente coisas novas aos poços, coisas diferentes... e quem possuía muitas coisas era o mais respeitado, admirado. Mas, no fundo, o poço nunca estava contente com o que possuía. A boca estava sempre ressequida e sedenta.

Diante desta sensação tão rara, uns sentiam medo e procuravam não voltar a senti-la. Outros, encontravam tantas dificuldades por causa das coisas que abarrotavam das suas bocas, que se punham a rir e logo esqueciam aquilo que se "encontrava no fundo"...
Até que houve alguém que começou a olhar mais para o fundo do poço e, entusiasmado com aquela sensação que experimentou no seu interior, procurou ficar quieto, mas, como as coisas que abarrotavam a sua boca o incomodavam, procurou libertar-se delas. E, aos poucos, os ruídos silenciaram, até chegar o silêncio completo. Então, fazendo-se silêncio na boca do poço, pôde escutar-se o barulho da água lá no fundo e sentir-se uma paz profunda, uma paz que vinha do fundo do poço.

No fundo, ele sentia-se ele mesmo. Até então acreditava que a sua razão de ser era ter uma boca larga, rica e embelezada, bem cheia de coisas... E assim, enquanto os outros poços tratavam de alargar a sua boca, para que nela coubessem mais coisas, este poço, olhando para o seu interior, descobriu que aquilo que ele tinha de melhor estava bem no fundo e que, quanto mais profundidade tivesse mais poço seria.

Feliz com a sua descoberta, procurou tirar água do seu interior, e a água, ao sair, refrescava a terra e tornava-a fértil e logo as flores brotavam ao seu redor.

A notícia espalhou-se rapidamente e as reações foram diversas: uns mostravam-se céticos, outros sentiam saudade de algo que, no fundo, percebiam também e outros ainda desprezavam "aquele lirismo" e achavam perda de tempo tirar água do seu interior.

Sem dúvida alguns tentaram fazer a experiência de se libertar das coisas que enchiam a boca e acabavam por encontrar água no seu interior. A partir de então comprovaram que, por mais água que tirassem do interior do poço, este não esvaziava. A seguir, aprofundando mais para o interior, descobriram que todos os poços estavam unidos por aquilo que lhes dava razão de ser: a água.

Assim começou uma comunicação profunda entre eles, as paredes dos poços deixaram de ser barreiras entre eles, já que a comunicação passou a ser feita através da água que os unia.

Mas a descoberta mais sensacional veio depois, quando os poços já viviam em profundidade: chegaram à conclusão que a água que lhes dava vida não nascia em cada poço, mas sim num lugar comum a todos eles. Então, resolveram seguir a corrente da água e descobriram o manancial! O manancial estava bem longe: na montanha do país dos poços, e ninguém sabia da sua presença. Mas estava lá!

A montanha sempre esteve lá. Umas vezes apenas visível entre as nuvens, outras mais radiante... Desde então, os poços que haviam descoberto a razão do seu ser, esforçaram-se por aumentar o seu interior e aumentar a sua profundidade, para que o manancial pudesse chegar mais facilmente até eles. E a água que tiravam de si mesmos tornou fértil a terra ao seu redor.
        
Mas, por muito que uns tivessem encontrado o manancial ainda havia outros que ainda se entretinham a encher as suas bocas com adereços…”

domingo, 18 de dezembro de 2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

Animação Missionária Arquidiocesana apostará na formação de leigos em 2012

Apostar na formação dos leigos/as como medida para fortalecer a caminhada missionária da Igreja nas comunidades. - É pensando nessa perspectiva que o Conselho Missionário Arquidiocesano projeta o serviço de animação missionária para o ano de 2012. A medida será destinada aos leigos/as dos movimentos, pastorais e serviços da Arquidiocese de Porto Alegre.

Esse processo formativo fará ligação das diretrizes da Igreja com as ações do cotidiano nas comunidades. Para isso, será utilizado como subsídio o Documento de Aparecida, juntamente com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil 2011-2015. Os encontros de formação acontecerão sempre nos terceiros sábados de cada mês no Centro de Pastoral, em Porto Alegre, das 08h30min às 11h30min.

Segundo o coordenador Arquidiocesano da Animação Missionária, Luís Flávio, mps, a Dimensão Missionária irá preparar leigos para serem formadores e pregadores de encontros e retiros, sendo multiplicadores/as na missão da Igreja.

Para Luís Flávio, esta ação de formação deve ser prioridade em todos os âmbitos da Igreja: “Os coordenadores arquidiocesanos e dos vicariatos dos movimentos, pastorais e serviços devem priorizar em suas iniciativas de formação de seus leigos para este conteúdo”, disse.

Os encontros de formação terão início no mês de março de 2012, precisamente no sábado, dia 17. Nesta oportunidade, será apresentado o programa de formação para os participantes.

O coordenador Arquidiocesano sugere que esta formação já comece a ser debatida nas comunidades ainda neste ano de 2011: “É importante que o assunto-convite seja estudado nas reuniões que serão feitas ainda neste final de ano e nas iniciais do próximo ano.
"Para que a pessoa possa ser bem formada, ela deverá ser assídua no processo formativo, ou seja, investir nestes momentos para poder ter condições de ser um multiplicador e ser alguém com quem a Arquidiocese poderá contar para que toda nossa Igreja tenha consiência de ser discípula missionária. É uma mudança de mentalidade, de que todos são chamados à ganhar este espírito missionário para respondermos às reais necessiades atuais do ser humano".

" Queremos ser uma Igreja em estado permanente de missão ! "

É importante, também, que todos os terceiros sábados de cada mês figurem na programação anual de todos os coordenadores e das lideranças dos Movimentos, Pastorais, Comunidades, Comissões e Serviços de toda a Arquidiocese”, finalizou.

Saiba Mais

Centro de Pastoral
Praça Monsenhor Emílio Lottermann, 96
Floresta, Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3222-3988
E-mail:
centrodepastoral@terra.com.br

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Coordenador Nacional de Juventude da CNBB visitou Arquidiocese de Porto Alegre

A preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), será um marco para a evangelização da juventude brasileira nos dois anos que antecedem a realização do evento no Rio de Janeiro, em julho de 2013. Em comunhão com a Igreja no Brasil, a Arquidiocese de Porto Alegre também mobilizará a juventude e a Igreja local. Eventos como a Jornada Arquidiocesana e a Pré-Jornada Mundial mobilizarão os jovens da Arquidiocese.

Encontro do Setor de Juventude do Vicariato de Porto Alegre realizado na terça-feira, dia 06/12 reuniu mais de 40 jovens representando pastorais, grupos e comunidades para a preparação da Jornada Arquidiocesana de Juventude e os demais eventos na Arquidiocese. O encontro contou com a presença do Coordenador Nacional do Setor Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro.
 
Com data definida para o dia 1ª de abril de 2012, a juventude arquidiocesana tem encontro marcado na Jornada Arquidiocesana de Juventude que será sediada no Colégio La Salle Dores, em Porto Alegre. O setor já definiu as equipes que organizarão o evento como divulgação, logística, liturgia, dentre outras. A ideia é oferecer um dia de atividades para os jovens: “No ano passado reunimos mais de 400 jovens e para 2012 queremos ampliar a presença da juventude em um evento mais organizado”, destacou Pe. Márcio Lacoski, coordenador arquidiocesano do setor.

Padre Márcio Lacoski também lembrou a presença dos jovens na Reunião do Clero da Arquidiocese de Porto Alegre. Segundo o presbítero, os Vicariatos já empreendem ações no sentido de mapear e organizar os grupos de jovens nos Vicariatos da Arquidiocese.

Já sobre a Jornada Mundial da Juventude em 2013, o Coordenador Nacional do Setor Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro explanou sobre a projeto da CNBB, para a realização do evento que terá a presença do Papa Bento XVI. Padre Carlos Sávio destacou que a jornada não será um evento isolado: “A Jornada da Juventude não pode ser apenas um evento. Depois da JMJ, o que vai ficar para a juventude? Temos que colocar a jornada em um plano nacional de evangelização e pensar o que será feito antes, durante e depois. Por isso é que está sendo criado uma plano de evangelização” disse.
 

O coordenador Nacional afirmou que a passagem da Cruz missionária e do ícone de Nossa Senhora, símbolos da JMJ, estão promovendo verdadeiros momentos de evangelização. Os símbolos passarão pela Arquidiocese de Porto Alegre entre os dias 03 e 05 de novembro de 2011, e para isso está sendo pensado o evento BOTE FÉ: “O evento 'Bote Fé' é um programa evangelizador que é muito mais do que um show católico. É um evento que trabalha a celebração, formação e a ação social com foco na prevenção às drogas e o trabalho com as novas tecnologias”, disse padre Sávio.

Ainda na Arquidiocese de Porto Alegre, assim como em todo o Brasil, a Pré-Jornada Mundial da Juventude vai contar com a presença de jovens de toda América Latina para trabalho missionário evangelização nas dioceses brasileiras entre os dias 14 a 21 de julho de 2013; “Nós vamos usar todas as forças da Igreja para a pré-Jornada. Imaginem os jovens, padres, religiosos nas casas, nas igrejas, escolas e presídios evangelizando em todo o Brasil. Nós estamos preparando um subsídio para ter uma missão preparada” ressaltou padre Sávio.
 


A reunião foi concluída com o agradecimento e a benção ao padre Sávio. O Setor de Juventude da Arquidiocese de Porto Alegre disponibilizará sua mobilização e agenda de eventos através do blog: http://jovenstriconectados.blogspot.com.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Webrádios são instrumento na evangelização dos jovens

Navegar na internet, estudar e trabalhar ouvindo música católica de qualidade. Rezar o terço ao vivo com pessoas de outras cidades ou mesmo outros estados. Fazer novos amigos que têm os mesmos gostos. Essas são algumas das coisas que as webrádios católicas tornam possíveis. Cada vez mais comuns no Brasil, elas combinam formação com entretenimento e têm crescido contando com o apoio dos ouvintes e dos artistas.

Webrádio é a emissora que transmite programação sonora pela internet, usando a tecnologia de streaming. As primeiras transmissões de áudio na rede aconteceram nos Estados Unidos em 1994 e logo em seguida surgiu a primeira web rádio. A primeira emissora brasileira a transmitir sua programação na internet foi a mineira Itatiaia.

Aos poucos surgiram as primeiras emissoras funcionando exclusivamente via internet – que, em comparação com as rádios comuns, custam menos e podem alcançar mais pessoas. Não demorou muito, começaram a aparecer rádios especializadas, e assim nasceram as primeiras webrádios católicas.

A mais antiga do Brasil é a Famílias Online, do Ministério para as Famílias da RCC. Ela foi criada em 2004 por Wilson e Marli Rossi Gabriel. Em entrevista publicada pelo portal da RCC, eles contaram que o trabalho começou quando resolveram criar um site para evangelizar por meio da internet que permitisse aos internautas ouvir música enquanto navegavam.

A Rádio Beatitudes, sediada em Araraquara (SP), é uma das mais populares no Brasil, com cerca de 300 mil acessos por mês. Comandada pelo casal Silvinho e Carol Zabisky, fundadores da Comunidade Beatitudes do Coração de Jesus, foi criada em 2006. Entusiasta do rádio, Silvinho já tinha trabalhado em uma emissora católica de sua cidade e de lá levou sua experiência.

Na Beatitudes, como em praticamente todas as rádios que transmitem programação só pela internet, o trabalho é voluntário. São os membros da comunidade que se organizam para manter tudo funcionando a partir do estúdio que Silvinho e Carol mantêm em casa. O começo não foi fácil. Carol admite que nem ela acreditava na proposta.

- A inspiração veio no coração do Silvinho, em meados de 2006, quando ele sentiu que devia iniciar uma webrádio para evangelização. Não se tratou de pesquisa de mercado, mas certamente podemos dizer que foi uma inspiração divina, uma vontade de Deus que foi concretizada com o empenho e luta - até solitária - do Silvinho. Na época, só ele acreditou nesta inspiração que veio de Deus... eu não acreditava e até mesmo o desencorajei algumas vezes (principalmente quando ele deu o passo de comprar um novo computador - sem termos o dinheiro necessário pra isso...). Porém, ele tinha a certeza dessa moção de Deus e foi atrás.

O desejo de usar as novas tecnologias na evangelização é algo que une todas as webrádios católicas. A Rádio PJ Maringá, mantida pela Pastoral da Juventude, fez suas primeiras transmissões em 2009 e está direto no ar desde 2010, com programação voltada a todos os que se identificam com as pastorais da juventude.

Geliton Batista explica como surgiu o projeto:
- A Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Maringá (PR) tem buscado marcar presença na internet oferecendo conteúdo, recursos e ferramentas a serviço da evangelização da juventude. O projeto da web rádio está dentro deste propósito e vem sendo construído, gradativamente, com o protagonismo dos próprios jovens. Considerando também que é crescente a expansão do acesso e da qualidade da conexão e o fato de que é expressiva a utilização da internet pela geração atual de jovens, acreditamos que uma web rádio oferece condições para contribuir com nossa ação pastoral.

Interação

A interação descontraída entre locutores e internautas é uma marca das webrádios. As redes sociais têm um papel muito importante nisso, pois é por meio delas que essa interação acontece, encurtando as distâncias, e é dentro delas que ocorre a divulgação das emissoras.

Aline Oliveira, de Santo Antônio do Monte (MG), é assídua ouvinte da Beatitudes. Ela conta que descobriu o link no Orkut e logo se conectou e se encantou. A partir daí, começou a interagir com os locutores e logo já estava participando de um encontro de ouvintes em Araraquara.

- Deus deu à Beatitudes a missão de resgatar pessoas, principalmente jovens, que muitas vezes só têm a primeira experiência com Deus através da rádio! Muitas vezes, assim como foi comigo, jovens conectam a rádio meio que por acaso (digamos que um acaso de Deus!).

Divulgação

Os artistas e gravadoras também costumam ser fãs das webrádios. Eles próprios, tanto os que estão no começo da carreira como os que já são consagrados, enviam suas músicas para serem tocadas. Lize Borba, vocalista da banda Beatrix, considera as web rádios um importante instrumento de divulgação das músicas.

- A rádio, tanto convencional como na internet, é e continuará sendo por muito tempo um dos maiores meios de divulgação da música. Quanto mais pessoas ouvirem, mais a missão da banda estará sendo cumprida – avalia.

E e é assim que essa moçada conectada em Cristo, na juventude e na tecnologia vai trabalhando para levar a palavra de Deus a todos os cantos e atendendo ao chamado do Papa Bento XVI, que convidou “os jovens a fazerem bom uso de sua presença no areópago digital”.


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/juventude/8306-webradios-sao-instrumento-na-evangelizacao-dos-jovens

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bispos se reúnem para fazer a 3ª revisão do Missal Romano



Os membros da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (CETEL) se reuniram na manhã desta quarta-feira, 14 de dezembro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para a revisão da 3ª edição típica do Missal Romano.
O presidente da comissão Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), esteve presente, além do Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, do Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lírio Rocha, Dom Manoel João Francisco, bispo de Chapecó (SC) e do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings.

Segundo Dom Geraldo, na liturgia, celebra-se não somente a vida de cada pessoa e de cada comunidade, mas o mistério pascal de Cristo.  “É importante reconhecer a necessidade de formação litúrgica mais intensa e mais profunda para favorecer uma participação mais ativa, mais consciente e mais proveitosa como ensinou o Concílio Vaticano II. E o empenho nessa formação deve atingir o clero, os religiosos e os leigos”, ressaltou Dom Geraldo.

A comissão é responsável por fazer a revisão dos textos litúrgicos. Para auxiliar nas traduções, os membros contaram com a colaboração do Padre Gregório Lutz, do Padre José Carlos Sala, assessor de Música e do Padre Hernaldo Pinto Farias, assessor de Liturgia. O trabalho de revisão continuará amanhã, dia 15.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

JESUS NO EVANGELHO DE SÃO MARCOS (3)

JESUS OPTOU PELA TEOLOGIA DA ALIANÇA, COMO OS PROFETAS.
Marcos 1,40-45

Leiamos Mc 1,40-45. Sugerimos que um dos participantes tenha a edição pastoral ou a bíblia de Jerusalém revista e atualizada. A tradução destas edições mostra um Jesus irado, não contra o leproso, mas contra o sistema religioso de exclusão. De acordo com este sistema de exclusão Jesus tocando no leproso se tornou um impuro. O impuro, segundo este sistema de exclusão da teologia da pureza, ao ficar impuro não faz coisas a partir de Deus mas a partir do demônio, o inimigo de Deus. Isto os escribas vindos de Jerusalém andaram espalhando no meio do povo como podemos ler em Marcos 3,22. Jesus fez um bem enorme ao leproso reintegrando-o na comunidade onde poderia ter vida digna e bonita.  Mas a teologia da pureza diz que foi em nome do demônio que Jesus fez isto.
Jesus, indignado com este sistema de exclusão se posicionou contra este mesmo sistema.
Qual é a diferença básica entre a teologia da pureza e da teologia da Aliança? A teologia da pureza ensinava que Deus privilegiava um grupo, normalmente minoria em relação a todo o povo. Já a teologia da aliança diz que Deus faz aliança com todo o povo sem exigir de antemão que seja um povo sem pecados.
Qual é o sistema vigente que exclui, que faz das pessoas apenas objetos descartáveis? Que produz sofrimento e tristeza quando promete felicidade e realização? Nunca vai conseguir realizar esta felicidade e realização! Nunca!

Côn. José Bonifácio Schmidt

continua...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

JESUS NO EVANGELHO DE SÃO MARCOS (2)

JESUS FAZ UMA ESCOLHA NO DESERTO PELO DISCERNIMENTO
Marcos 1,12-15

Tendo sido por um tempo discípulo de João Batista (Mc 1,9), Jesus teve ocasiões para um silêncio muito fértil no deserto. De fato, o silêncio é muitas vezes mais fértil do que o barulho  de qualquer som. Foi no deserto que Jesus esteve muitas vezes em oração. Marcos até diz que foram quarenta dias de oração e jejum no deserto (Mc 1,12s). A prisão de João foi o sinal para Jesus ir à Galiléia e começar a sua pregação: O Reino de Deus está próximo (Mc 1,15). Jesus fez um discernimento da vontade do Pai no deserto e entendeu que com a prisão de João Batista tinha chegado a sua vez de pregar o Reino de Deus.
Ele propõe este reino para seus ouvintes, a grande maioria povo sofrido sob o peso de autoridades que não queriam o bem do povo mas o sugavam até à morte.  Jesus sabe que está andando por um caminho perigoso.  Vai encontrar muita rejeição.  Mas vai ser sinal de Deus para os pobres e infelizes.
Jesus encontrou um sentido para sua vida na doação integral ao povo que vivia uma vida muito sacrificada. Jesus sofreu incompreensões, perseguições e muita cruz na sua vida itinerante. Mas não desistiu. Seguir a vontade do Pai que é uma vontade salvadora foi o objetivo da vida de Jesus dedicada totalmente aos outros. Encontrou sentido ao dedicar a sua vida para os outros ao lhes propor o projeto do Reino de Deus.
Ainda hoje faria a mesma coisa. Se dedicar aos outros totalmente. Muitos encontraram com as palavras e as atitudes de Jesus um novo sentido para sua vida,  um sentido de alegria, de realização, de plenificação.
Nós rezamos com freqüência no Pai nosso “Seja feita a vossa vontade”. Somos sinceros? Reconhecemos, como Jesus, que a vontade de Deus Pai é sempre salvadora? E procuramos realmente fazer, por em prática a vontade do Pai? Aqui, parece há uma boa caminhada a ser feita. Experimentemos e vamos constatar que a vontade de Deus é de fato salvadora.
Côn. José Bonifácio Schmidt
continua...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

JESUS NO EVANGELHO DE SÃO MARCOS (1)

Côn. José Bonifácio Schmidt
OBJETIVO:

Oferecer a todos os grupos e círculos de pastorais, movimentos e serviços  e para grupos a serem criados, um olhar para o Jesus do evangelho de Marcos para que possa acontecer uma maior familiaridade com a bíblia e maior gosto para ler a Sagrada Escritura e, como graça, um maior encantamento por Jesus de Nazaré.

SONHO:

As pessoas, pela informação, reflexão, oração, consigam criar em si mesmas uma adesão mais entusiasta por Jesus, como Marcos o apresentou a seus leitores no primeiro século, e assim fazer acontecer um novo Pentecostes como anunciou Bento XVI na Verbum Domini.

MÉTODO:

Fazendo acontecer mini retiros. Leitura da bíblia, partilha de compreensão do texto, invocação do Espírito Santo, ativar a inteligência e a liberdade, deixar o Espírito sugerir compreensões da Palavra de Deus. Entusiasmar-se por Jesus.

INTRODUÇÃO

O Evangelho de Marcos foi o primeiro evangelho escrito, estima-se, trinta e cinco anos, ou mais, depois da morte de Jesus. Marcos na sua adolescência conheceu Jesus. Colaborou com Paulo e com Pedro. Esteve na comunidade de Roma onde resolveu elaborar o escrito a que ele mesmo deu o nome de evangelho: boa notícia. Através de narrações foi apresentando Jesus que entusiasmou e deu novo sentido à vida para as pessoas perseguidas por Nero em Roma. Este evangelho animou as pessoas no primeiro século. Poderá animar novamente os cristãos do século 21? Sim! É esta a esperança do Papa Bento XVI, manifesta claramente na Verbum Domini, dos Bispos da América Latina que manifestaram isto no Documento de Aparecida e também dos Bispos do Brasil que manifestaram este desejo transformado em projeto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015.
O evangelho de Marcos é um escrito que pode ser vivido nos modernos tempos de tantos progressos técnicos, científicos, humanos e espirituais. Precisamos valorizar, para conservar a saúde espiritual, a nossa dimensão de fé. O encontro pessoal com Jesus do evangelho de Marcos é uma bela possibilidade para isto!
Uma vez por mês, talvez em reunião especial para este fim, o grupo ou a pastoral, estuda, partilha e medita algum texto dos 12 propostos em nosso livreto. Com este propósito todos os participantes poderão fazer todos os meses um mini retiro para que aconteça no decorrer do ano um entusiasmo e um fascínio, um encantamento, uma paixão pelo Senhor Jesus do modo como Marcos o apresenta para nós hoje.

Côn. José Bonifácio Schmidt
continua...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

sábado, 3 de dezembro de 2011

Uma voz clama no deserto: Fé na ousadia de Deus! (Mc 1,1-8) II Domingo do Advento

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Esta reflexão é sobre o segundo domingo do Advento. Advento é tempo de reflexão diante do plano de Deus para a humanidade. É tempo de refletir como estamos orientando nossas vidas em relação ao propósito de Deus. Advento também é vinda, chegada. Ele vem. Jesus vem!


É um período especial, pois antecede o Natal, e traz nada menos que três desafios à cristandade. Esse período (1) quer nos lembrar do Advento histórico, passado. (2) Quer nos lembrar do Senhor que quer ser, hoje, nosso hóspede, portanto, o aspecto presente. (3) Finalmente, quer nos remeter ao futuro: o aspecto escatológico do mesmo.

O Advento é época de recuperar os grandes feitos de Deus. Eles são fundamentais para a nossa fé cristã e orientadores para a nossa convivência na comunidade e no mundo, em testemunho e serviço. Recuperar os fatos, no Advento, significa, conforme Isaías, novo fascínio, força e vigor para superar nossos cansaços, desesperanças, desânimo, vontade de desistir e cultivar nossa fé - esperança no Senhor. Advento é esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas. É esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante de tantas coisas que afligem nossa alma e ferem nosso corpo.

Advento é, por isso, época de não só pensar em doces e presentes, mas, acima de tudo, é convite para olhar em direção ao que realmente importa, ou seja, a oferta da vida com esperança, em Cristo Jesus. É tempo de encontrar o novo.

O "evangelho" de Jesus não vem dos palácios

Os primeiros versos do Evangelho segundo Marcos retomam a profecia do Antigo Testamento e a conduzem ao Novo, ao evento do Espírito. O Espírito perfaz o novo! Marcos ressalta que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é a Boa Nova da salvação para a humanidade. Como o mensageiro antigo (Isaías 52,7), João Batista proclama o alegre anúncio, que culmina em Jesus (Marcos 1,14-15) e ressoa nas comunidades cristãs como apelo a anunciar a mensagem de libertação no mundo inteiro (Marcos 13,10; 14,9).

Sabe-se que, para o evangelista, as palavras e ações de Jesus são "evangelho". "Evangelho" é uma palavra que era utilizada pelas autoridades para anunciar as suas ações. Contudo, para o evangelista Marcos, o "evangelho" de Jesus não vem dos palácios, mas da periferia de Nazaré (W. Marxen). O evangelho é alegria, não é imposto, como o evangelho imperial. Aqui nos é apresentado Jesus Cristo como "Filho de Deus", uma expressão que é central para o Evangelho segundo Marcos (cf. Marcos 1,11; 15,39).

Em seguida, Marcos 1,2-8 apresenta o precursor, João Batista. Jesus está na linha da profecia! João Batista é o profeta anunciado em Isaías. Restaura Israel a partir do deserto, como Moisés o fez com o povo que saiu do Egito, como tinha sido a prática de Elias no Horebe. João Batista, o profeta, tem seu foco no deserto. Para a história de Israel, o deserto é símbolo de vida, de resistência, vida restaurada, nova.

A profecia de João Batista apela à conversão, ao arrependimento. Isso é antiga tradição profética. O arrependimento é o eixo da renovação.

Fé na renovada ousadia de Deus e olhos fixos no futuro

O povo de Deus sempre teve os olhos fixos no futuro, com esperança na vinda definitiva do Senhor (Isaías). Marcos nos chama a olhar à nossa volta e enxergar dentro de nossa história a vinda de Deus: João é o novo Elias (1 Reis 1,8), isto é, a profecia que volta a ser proclamada, o povo se reúne e se organiza para recomeçar como nos tempos do "deserto", enquanto os poderosos se abalam por se sentirem desmascarados (Mateus 3,7). Em Jesus de Nazaré, é Deus mesmo quem opera a restauração das pessoas.

Assim como se deu com Elias, João foi perseguido e morto covardemente, mas a palavra ressurge em Jesus (Marcos 1,14-15; 6,16). Também Jesus foi perseguido e assassinado, mas a caminhada da Palavra prossegue com seus discípulos e discípulas.

Ouvir de Elias, de João, de Jesus... é ouvir falar da renovada ousadia de Deus, a ousadia da liberdade, que não aceita calar-se nunca, nem teme os poderosos do mundo. Sempre de novo a Palavra ressurge para anunciar que são possíveis "novos céus e nova terra" (2 Pedro 3,13; Marcos 1,9-13; 9,2-13). A Palavra volta a levantar-se para denunciar os obstáculos que se antepõem ao propósito de Deus e proclamar que só há uma maneira de viver nessa nova realidade: "endireitar" os caminhos, reconhecer os erros pessoais e coletivos, refazer as relações pelo perdão, a igualdade e a partilha (Lucas 3,10-14). Aí, sim, o "deserto" se transforma em larga estrada, em jardim do Senhor.

O deserto era o lugar onde frequentemente se refugiava quem se sentia à margem do sistema e se punha na oposição. Lá estavam os essênios, pessoas que romperam com o templo e se consideravam vanguarda do novo povo. Para lá se dirigia quem se proclamava profeta ou messias e pretendia organizar a resistência popular. Por lá andavam guerrilheiros (sicários, zelotas) e bandidos. O movimento de João é de protesto e resistência, por isso foi preso e morto. Herodes o temia.

Batismos e rituais de purificações eram práticas comuns no ambiente dos fariseus e dos essênios. No movimento de João não são os sacrifícios que purificam do pecado, mas a confissão e o arrependimento, a mudança de vida. O povo não peregrina em direção ao templo, mas sai das cidades, como num êxodo, em direção ao deserto. É como se fosse preciso sair de novo do Egito, "a casa da servidão". E, pelo Jordão, entrar na Terra Prometida. Sob a expressão "remissão dos pecados" está escondida a antiga esperança da "remissão das dívidas" prevista para o Ano do Jubileu (Levítico 25). O novo tempo anunciado por João é a possibilidade, com Jesus, de restauração radical da convivência do povo em sociedade, segundo os ideais da igualdade e da justiça. Para isso é que se prevê a "imersão" (batismo) no Espírito Santo. Será como passar pelo fogo (Mateus 3,11; Malaquias 3,2) que purifica e destrói, para que algo novo possa surgir. Essa novidade era esperada desde o final do exílio na Babilônia e é dela que falavam profetas e profetisas no grupo de discípulos de Isaías (Is 40-66).

Deus sabe o caminho que devemos andar

João Batista, o precursor, propõe a conversão como meio para preparar o caminho do Senhor e acelerar a chegada de um mundo novo de justiça. Deus caminha pelo deserto da história, ensinando-nos a endireitar as veredas através de gestos solidários de amor e paz.

Dietrich Bonhoeffer dizia: "Eu não entendo os Teus caminhos, Senhor. Mas Tu sabes os caminhos que devo andar!" E é verdade! Deus sabe o caminho que devemos andar. Sabe, quanto mais procuro vivenciar e entender as coisas que Deus quer de mim, mais me surpreende o quanto Deus vem ao meu, ao nosso encontro nas áreas mais essenciais e carentes da vida: "significado, pertencimento, saúde, liberdade e comunidade". É que Deus - que é um Deus de amor e, consequentemente, de salvação - vem ao nosso encontro nas áreas mais necessitadas da existência humana e comunitária.

Por isso, "Ficai atentos, preparem-se". Ficai Atentos! A Esperança não pode esmorecer, mas resistir. Esperança Teimosa! Nascida do discernimento. Construída mesmo no tempo de sofrimento e esmorecimento! O tempo que vivemos é tempo de resistir pela solidariedade ao egoísmo e ao individualismo que nos consomem. Ser sensível é ser humano! Olhar o mundo sem indiferença. Com compaixão e afeto que movam à transformação! Vivamos intensamente este Tempo do Advento! Pois o Advento nos ensina: Não canse de esperar, o que esperamos vai chegar!

Odete Liber de Almeida Adriano é da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e colaboradora no CEBI.

Para aprofundar mais sua leitura sobre o Advento, o CEBI sugere as seguintes obras:


Fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21&noticiaId=2578

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Campanha para a Evangelização - CE 2011: Gesto concreto de quem acolhe Aquele que veio curar nossos males

"Ele veio curar nossos males". Com essa afirmação, a Igreja do Brasil vem conclamar os cristãos a assumir a missão recebida no batismo: seguir fielmente a Jesus Cristo dando continuidade a sua obra evangelizadora. Instituída em 1997, durante a 35ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha para a Evangelização (CE) anseia ser inspiração para a tomada de consciência, a fim de gerar em cada cristão o comprometimento com a ação evangelizadora da igreja nos mais diversos contextos.

Realizada, anualmente, no período do Advento, a CE convida à reflexão sobre o Mistério da Encarnação, propondo na vivência das relações diárias a experiência dos valores evangélicos. De acordo com o padre José Adalberto Vanzela , o Advento é o momento de acolher o ‘Verbo que se fez carne e habitou entre nós', desse modo a CE deve ser compreendida como algo intimamente ligado ao mistério da encarnação que celebramos no Natal. "Este é o momento de vivenciarmos a encarnação do Evangelho na existência de todas as pessoas ", enfatiza.

Imbuída da missão de possibilitar sustentabilidade às obras de evangelização, a campanha surge com a finalidade de, além de relacionar o tempo do Advento com a missão evangelizadora da Igreja, mobilizar os fiéis para a responsabilidade de testemunhar os valores alicerçados em Jesus Cristo. Nesse sentido, o padre Luiz Carlos Dias destaca que os principais objetivos da CE são, sobretudo, mostrar a necessidade da participação de todos os batizados na ação evangelizadora; motivar para que os participantes das comunidades contribuam espiritual e materialmente para a manutenção da ação evangelizadora, dos projetos da CNBB, dos 17 Regionais e das Dioceses existentes em todo o Brasil.

A Campanha para a Evangelização, neste ano, vem trazer uma boa nova: O Filho de Deus que nos serviu encarnando-se entre nós, venceu todos os males e reina em todo o universo. Padre Luiz Carlos enfatiza que o tema precisa ser compreendido e para isso é necessário perceber que existe um esforço de integração entre as campanhas realizadas pela Igreja no Brasil (Campanha da Fraternidade (CF), Campanha para a Evangelização (CE) e Campanha Missionária (CM)). "O tema principal decorre do escolhido para a CF para o ano que se inicia com o Advento, normalmente definido pelos bispos do Conselho Episcopal de Pastoral, com anterioridade de dois anos", explica.

Ainda de acordo com padre Luiz Carlos, neste ano, o lema a nos iluminar, "Ele veio curar nossos males", foi escolhido em sintonia com o tema da CF 2012 - Saúde Pública" e objetiva sensibilizar os fiéis sobre a responsabilidade diante do sofrimento humano como elemento essencial para a realização do trabalho evangelizador, a fim de que, pela palavra, pela ação e pela doação pessoal e material, todos contribuam de maneira mais efetiva para a ação evangelizadora da Igreja.

"O tema do sofrimento, cujas causas podem ser várias, sobretudo o decorrente das enfermidades, é uma realidade fundamental para todos nós. Nosso Papa atual lembra que, ‘a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre '. E, numa cultura, como a atual, que impulsiona a sociedade na busca do bem estar e do prazer, o sofrimento tende a se tornar cada vez mais incompreensível e de difícil aceitação. A igreja precisa com o testemunho, apontar Aquele que pode curar nossos males. Eis uma boa notícia", declara o secretário.

Durante o tempo da CE, que inicia na solenidade de Cristo Rei e se estende até o terceiro domingo do Advento, as comunidades são convidadas a dialogar e refletir sobre a temática em foco, para que, motivados pela fé recebida e pela gratidão a Deus, este processo culmine na contribuição espontânea de cada cristão. Essa participação pode ser realizada de forma espiritual, ou seja, doando seu tempo para os serviços de evangelização ou financeiramente participando da coleta nacional que será realizada em todas as comunidades do Brasil nos dias 10 e 11 de dezembro de 2011.

O recurso obtido nesta coleta contribui diretamente na ação evangelizadora, sendo que do total arrecadado, 45% é destinado às dioceses com a finalidade de custear a ação evangelizadora local; 20% para os Regionais da CNBB, que são instâncias intermediárias com a missão de promover a articulação entre as dioceses, pastorais e movimentos presentes em suas realidades; e, por fim, 35% para o secretariado nacional de ação evangelizadora, situado em Brasília (DF). Esse recurso constitui o Fundo para a Evangelização que é administrado pela CNBB.

A participação à coleta nacional é um gesto concreto de adesão à CE e relacionada a experiências vivencias de doação pessoal ao serviço de evangelização das comunidades, transforma a construção do Reino em realidade palpável no cotidiano. Padre Luiz Carlos destaca que é preciso que não percamos de vista que este tempo nos anuncia a Encarnação do Verbo e, é propício para o encontro com Jesus Cristo em nossa história. E, lembra ainda, que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora nos instiga a essa prática quando enfatiza "Nisto se manifesta nosso discipulado missionário: contemplemos Jesus Cristo presente e atuante em meio à realidade ".

Por fim, padre Luiz Carlos deixa a seguinte mensagem: "A participação na CE, com este propósito, é fundamentalmente para que todos os membros da grande comunidade dos discípulos de Jesus Cristo reconheçam-se, a partir do batismo, como participantes da missão da igreja; sintam-se responsáveis pela sua ação evangelizadora; mostrem a importância do Evangelho como critério para a superação dos principais problemas que angustiam a sociedade; colaborem com a missão evangelizadora da igreja: na doação de si e participando ativamente na vida da comunidade em alguma pastoral, movimento ou serviço eclesial e pela doação material". 

Texto publicado na Revista Família Cristã - Edição de Dezembro 2011
 
Daiane Bristot
Assessoria de Imprensa do Regional Sul 3 da CNBB
Integrante do Setor de Comunicação do CEBI
Coordenadora de Comunicação do Valor Humano - Espaço Terapêutico e Desenvolvimento Comportamental
Colaboradora da Revista Família Cristâ