Em 1969, com a Reforma litúrgica, onde a Solenidade da Epifania não puder ser celebrada no dia 6 de janeiro, pode ser no domingo entre 2 e 8 de janeiro.
Epifania representa a manifestação de Jesus Cristo como o
enviado de Deus Pai, quando o filho do Criador se dá a conhecer ao Mundo.
Na festa da Epifania do Senhor, celebramos a manifestação
do Menino-Deus, luz para todas as nações e a todos os povos, como reza o
prefácio desse dia: “Revelastes, hoje, o mistério de vosso Filho como luz para
iluminar todos os povos no caminho da salvação”.
Nos unimos aos magos do Oriente para adorar o menino que
nos foi dado, o Salvador, o Cristo Senhor.
A festa da Epifania nos enche de alegria e esperança, o
Salvador veio morar no meio de nós.
É a revelação de Deus que a todos deseja salvar.
Os magos do Oriente, guiados pela estrela, compreenderam
os sinais dos tempos e reconheceram o verdadeiro rei dos judeus que havia
nascido.
Era Jesus Menino que na estrebaria de Belém se revelava
aos povos, e a todos nós, como o único e verdadeiro Salvador, o Filho de Deus
encarnado.
Eles reconheceram a identidade de Jesus, nascido na
humildade de um estábulo, rodeado dos seus pais e de alguns pastores, como o
Messias que leva a salvação aos pagãos.
Essa celebração originou-se nas Igrejas do Oriente, no
século III, primeiramente no Egito e, depois, em Jerusalém e na Síria,
associada a uma festa do sol, chamada também de “festa das luzes”.
No Ocidente, a Epifania ganhou um forte significado na
manifestação aos reis magos, que, vindos de diferentes lugares, simbolizam
todas as nações.
No tratado “Excerpta et Colletanea”, o Doutor da Igreja
São Beda assim recolhe as tradições que chegaram até ele:
“Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas
brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus.
“Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma
distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio.
“E Baltazar era mouro, de barba cerrada e com quarenta
anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
É, pois, São Beda quem por primeira vez escreveu o nome
dos três. Nomes com significados precisos que nos ajudam a compreender suas
personalidades.
Melchior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, Gaspar significa
“aquele que vai inspecionar” e Baltazar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.
Para São Beda – como para os demais Doutores da Igreja
que falaram deles – os três representavam as três raças humanas existentes, em
idades diferentes.
Neste sentido, eles representavam os reis e os povos de
todo o mundo.
Também seus presentes têm um significado simbólico.
Melchior deu ao Menino Jesus ouro, o que na Antiguidade
queria dizer reconhecimento da realeza, pois era presente reservado aos reis.
Gaspar ofereceu-Lhe incenso (ou olíbano), em
reconhecimento da divindade. Este presente era reservado aos sacerdotes.
Por fim, Baltazar fez um tributo de mirra, em
reconhecimento da humanidade. Mas como a mirra é símbolo de sofrimento, veem-se
nela preanunciadas as dores da Paixão redentora. A mirra era presente para um
profeta. Era usada para embalsamar corpos e representava simbolicamente a
imortalidade.
Desta maneira, temos o Menino Jesus reconhecido como Rei,
Deus e Profeta pelas figuras que encarnavam toda a humanidade.
O nome “mago” era sinônimo de “sábio”. O tratamento dado
a eles como grandes eruditos, prudentes e judiciosos, provinha do fato de os
sacerdotes da Caldeia serem muito voltados para a consideração dos astros com
uma sabedoria que surpreende até hoje.
Os Magos (Luis Eduardo Dufaur)