Memória dos santos Timóteo e Tito, bispos, discípulos de
São Paulo e seus auxiliares no apostolado, o primeiro presidindo na Igreja de
Éfeso, o segundo na Igreja de Creta.
Ambos foram colaboradores de São Paulo, o Apóstolo dos
Gentios, por isso, o novo calendário litúrgico os colocou logo após a festa da
conversão de São Paulo.
As três cartas escritas pelo apóstolo Paulo a estes dois
discípulos têm alto valor, pelo conteúdo exclusivamente pastoral, de tal modo
que podem ser consideradas como primeiro guia pastoral para a formação dos
pastores e dos fiéis da Igreja de todos os tempos. São as únicas Cartas do Novo
Testamento enviadas a pessoas e não às comunidades.
Segundo Papa Bento XVI, Timóteo e Tito “ensinam-nos a servir o Evangelho com generosidade, sabendo, porém, que isso também comporta um serviço à própria Igreja”.
Timóteo era o “braço direito” do apóstolo Paulo, seu
grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o
primeiro e corajoso pregador do cristianismo.
Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e
pagão, a mãe era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o
apóstolo Paulo esteve naquela cidade, sua avó, sua mãe e ele próprio, então com
vinte anos, se converteram. A partir daí, Timóteo decidiu que o seguiria e
nunca mais se afastou do santo apóstolo.
Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a
Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma.
Timóteo foi o primeiro bispo de Éfeso e, com este cargo,
foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor.
Sua morte nos mostra o que era ser cristão e apóstolo no
início do Cristianismo. Durante uma grande festa onde era adorada a deusa
Diana, Timóteo se colocou no centro dos pagãos e, tentando convertê-los,
iniciou um severo discurso criticando e repreendendo o culto herege. Como
resposta, os pagãos o mataram a pedradas e pauladas.
Tito foi o segundo grande colaborador de Paulo, era pagão
e foi convertido e batizado por Paulo. Segundo a tradição mais antiga, Tito
permaneceu como bispo de Creta até sua morte, que ocorreu em idade avançada,
por causa natural.
O Apóstolo dos Gentios levou-o consigo a Jerusalém, por
ocasião do chamado Concílio Apostólico, que aconteceu no momento crucial da
controversa sobre o batismo dos Gentios – quando o Apóstolo se opôs
categoricamente à circuncisão deste cristão de Antioquia. Assim, Tito tornou-se
símbolo vivo do valor universal do Cristianismo, independente da nacionalidade,
raça e cultura.
Quando Timóteo partiu para Corinto, Paulo confiou a Tito
a tarefa de levar aquela comunidade rebelde à obediência. De fato, ele
conseguiu estabelecer a paz entre a Igreja em Corinto e o Apóstolo dos Gentios.
A seguir, Tito foi novamente enviado por Paulo a Corinto, qualificando-o como
“meu companheiro e colaborador” (2 Cor 8,23), para levar a cabo as coletas
pelos cristãos de Jerusalém.