Na noite deste grande Sábado, a Igreja se reúne na mais
solene de suas vigílias para celebrar a Ressurreição do Senhor.
A Igreja Católica faz a Vigília Pascal, onde é lembrada a
“descida de Jesus à mansão dos mortos”.
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada
acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta:
Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode
ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está
calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele
cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
No Sábado Santo, a Igreja fica em silêncio: os sinos não tocam, as igrejas são despojadas e vazias. No dia de hoje, um grande silêncio envolve a terra; um grande silêncio e uma grande serenidade, porque o Rei adormeceu.
Nesta noite santíssima, a “Igreja aguarda, vigilante, a
ressurreição de Cristo e a celebra com os Sacramentos":
Uma grande variedade de elementos simbólicos expressa a
passagem das trevas para a luz, da morte para a vida nova na Ressurreição do
Senhor: o fogo, o círio, a água, o incenso, a música e os sinos…
Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim, ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos, exposta em São Paulo. O fogo é o Espírito Santo, aceso por Cristo nos corações dos fiéis.
Lucernário: bênção do fogo novo, acendimento do Círio Pascal e entrada na igreja, até ao canto do Exultet.
Liturgia batismal: celebração do Batismo aos adultos ou
da “água lustral”, seguida da renovação das promessas batismais e da aspersão
com água benta.
Liturgia eucarística: a celebração deste sacramento
torna-nos contemporâneos de Jesus e do seu mandamento: “Fazei isto em memória
de mim”; “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição!
Vinde, Senhor Jesus!”
Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a Igreja
permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua
descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum, Sua Ressurreição.
Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental
da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração
acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor.
Procissão do Círio Pascal – As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão. A luz do Círio é sinal de Cristo, luz do mundo, que irradia e inunda tudo.
Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com as
velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a
Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a
alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos
cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada
a proclamação, apagam-se as velas.
Liturgia da Palavra: sete leituras do Antigo Testamento, uma de São Paulo e, por último, o Evangelho da Páscoa. Trata-se da história da salvação: Deus mostra a sua fidelidade ao seu povo. Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as Escrituras” (Lc 24, 27).
O Domingo de Páscoa começa com a celebração na noite do Sábado Santo.
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