1.A compreensão da Palavra. É uma comunidade que procura a compreensão da Palavra 13,23. Ela sabe ler a escritura e descobrir as promessas do Pai que se cumpriram em Jesus (cf. Mt 1,22; 2,15.17.23). Os segredos serão sempre segredos enquanto não forem revelados. É evidente! Não depende exclusivamente da disposição da pessoa querer saber dos segredos de Deus. É preciso que Este concorde em revelá-los. Jesus reconhece que aos pequenos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus (Mt 11,25-26). a. Se a precedência dos cobradores de impostos e prostitutas é verdadeira então estes são os pequenos (cf. Mt 21,31). O que é ser cobrador de impostos ou prostituta? É ser excluído dos direitos de cidadania e especialmente dos direitos à graça de Deus, conforme a legislação detalhista e de tradição (cf. Mt 23,4) dos rabinos farisaicos. A Lei da Pureza excluía e não incluía. b. Pequeno também pode ser o que está iniciando a caminhada de fé. Há que ter muito cuidado com este. Especialmente com o fermento dos fariseus e escribas. Pelo que aponta 16,12 se trata sobretudo de doutrina. Não basta ser especialista em doutrina das mais de 600 leis. É preciso a prática da Palavra (Mt 23.3). Pode se ter compreensão da expressão “Quem tem ouvidos, ouça” como um alerta à prática da vida de discípulo ou discípula e não com mil e uma teorias sobre Jesus. Importa seguir Jesus no dia a dia. Quem for discípulo de Jesus poderá ter acesso ao mistério de Deus. Só assim poderá ter uma vida de obediência à vontade do Pai, com o seu único Senhor e Mestre, Jesus.
2. A partilha é uma outra dimensão da comunidade. Mt 15,29-39 mostra Jesus compadecido da multidão como Javé no êxodo e qual novo Moisés, liberta o povo de todas as escravidões. Convida os discípulos a entrarem neste caminho pela partilha dos bens, representados nos pães e peixes.
3. A reconciliação : Mt 5,21-26. Há algumas observações a serem feitas. Primeiro: devo deixar a oferta não porque eu tenho algo contra alguém, mas quando alguém poderá ter algo contra mim. Se tomássemos a sério nas celebrações esta palavra muito pobre que se escandaliza pela nossa inação e falta de interesse por eles ficaria atendido pela nossa caridade não somente assistencial, mas também promocional ou libertadora. Jesus parece sugerir que a oferta é inválida se a reconciliação não acontecer. Na oração do Pai nosso (Mt 6,12) colocamos a condição de nosso perdão ao perdão dado. Mateus ainda nos versículos seguintes admite que a condição para o nosso perdão é o perdão que nós damos. Conferir ainda Mt 18,35.
4.A vigilância ativa e responsável. : Mt 24,42-51. Parece que aqui se trata de uso da inteligência. frwnimos é traduzido por prudente, mas significa aquele que usa bem a sua inteligência para não ser pego de repente, de surpresa. Cabe à vigilância um bom planejamento. Isto é ser vigilante. Toda a recomendação da vigilância implica atitudes de planejamento bem feito. Ninguém me pega no contra-pé porque estou sempre atento a todas as circunstâncias da paróquia. Porque quando o Senhor vier (e não necessariamente na hora da morte!) me encontrará no posto certo trabalhando certo como Ele quer e não como minhas veleidades sugerem.
5. É discipulado e não ideologia. Em 23,8-10 sugere que na comunidade de Mateus alguns queriam mandar demais e receber todas as honrarias de Mestre, Pai. O máximo é ser irmão e se alguém quer mandar, seja como servo! Isto vale muito para nós que somos donos de paróquia. É preciso colocar humildemente a mística do discipulado e não embrenhar o povo nas ideologias de poder que tão bem sabemos usar! Nós precisamos reaprender a ser irmão de todos os paroquianos!
6. Deus provê : (Mt 6,31ss). Não significa que agora podemos descansar porque Deus cuida. Mas precisamos atender bem o que Jesus diz aqui em Mateus: Não se pré ocupar. Se você ficar pré ocupado você arrisca não fazer a tarefa de hoje. A cada dia o seu cuidado. Fazer bem a tarefa de hoje. Isto é confiar na providência de Deus.
7.Ler os sinais dos tempos: (Mt 24,37-41). Não se dar conta que Deus está caminhando com a gente é muita distração, senão burrice! No seminário (eu fui superior durante dez anos em seminário) não somos formados a ler os sinais dos tempos. O Concílio insiste sobre esta leitura. Um belo sinal dos tempos é o PRNM. Mas deve haver sinais de Deus na Igreja Particular de Guarapuava. Como Jesus vê minha comunidade paroquial e nossa Igreja Particular?
Pe. José Bonifácio Schmidt
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