Mt 28,10 : O Ressuscitado, o Senhor da Comunidade, reconhece na Igreja seus irmãos. É bom sabermos que Jesus é visto por Mateus como aquele que considera a todos como irmãos. Com isto nos convida mais uma vez a nós todos a fazermos o mesmo.
Mt 26,61 Jesus é acusado por falsas testemunhas ter falado da destruição do templo. Esta destruição de fato acontece na hora de sua morte (Mt 27,51) quando se rasgou de alto a baixo o véu do templo. Acabou-se o sagrada do templo.
Em Mt 7,12 há uma frase que diz ser o resumo de toda a Lei e os Profetas. Com certa semelhança se repete a frase em Mt 22,40. Esta última é recebida da tradição marcana. Mas antes nas comunidades cristãs se repete o que está em 7,12: Rm 13,8-10; Gl 5,14; Tg 2,8; I Jo 4,20. Estes textos apontam para a mesma direção : o próximo. Melhor dito, o irmão. Próximo ainda é impessoal. Irmão é pessoal e conhecido.
Mt 26,41 há uma recomendação de Jesus: vigiai e orai para não cairdes em tentação. De que tentação? Creio que seja da evasão, da fuga, que aconteceu em seguida. É preciso rezar e, quem sabe, muitíssimo mais, porque os desafios são grandes. Somos constantemente instados a olhar para o mundo e compreender nossa missão. A tentação da evasão agora é facilitada pela busca do mistério que hoje é tão grande. Mas é uma busca de conotações subjetivas, individualistas e com critérios exclusivamente sentimentais.
Jesus é o maior ateu da história. Deve soar muito estranho isto. É muito difícil entender que alguém fale nisto justamente num período da história em que vivemos. Um período meio “místico”. Todo mundo fala de Deus. Todo mundo tem sede de Deus.
Porém. Em Mateus Jesus cita duas vezes o texto da rejeição dos sacrifícios. Quero a misericórdia, não os sacrifícios. A Ele vamos poder encontrar no templo? Ou em algum outro lugar sagrado? Não tem mais lugar sagrado. Agora só o outro é sagrado, pois ele se tornou presença dele. Ele é tão sagrado que até todos os sacrifícios devem esperar no altar para que primeiro aconteça a reconciliação com o irmão.
O que aconteceria na minha vida se eu levasse a sério esta proposta de Mateus em relação ao irmão ou irmã? Recordo aqui o que Santo Agostinho disse ao comentar os salmos e que nós rezamos no Domingo passado : “Com efeito, nossa vida, enquanto somos peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e tentações” (Comentários sobre os salmos, Of. das Leituras do I D.Q.).
Há algum plano pessoal que quero concretizar para realizar durante o ano e, pela graça de Deus, progredir no caminho de discipulado do Senhor da Comunidade?
Pe. José Bonifácio Schmidt
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