A devoção a Nossa Senhora do Divino Pranto teve origem na
aparição da Virgem Maria à Irmã Elisabetta Redaelli, na noite de 22 para 23 de
fevereiro de 1924, na casa das Irmãs Marcelinas, em Cernusco sul Naviglio.
Elizabete tornou-se uma religiosa feliz, cheia de vida.
Vivia plenamente sua vocação no meio das alunas.
Inesperadamente, Irmã Elizabete ficou muito doente. Ela
tinha apenas 27 anos.
A doença a deixou cega, debilitada e cada vez mais fraca.
Ela sofria muito, sentia muitas dores, mas não reclamava de nada. Seu olhar
transmitia serenidade, paz e coragem. Fazer a vontade de Deus era o mais
importante para ela naquele momento de dor. E quanta dor!
As dores a consumiam dia a dia e Irmã Elizabete não
esperava mais nada nesta vida a não ser o dia de sua morte. Seu médico, Doutor
Bino, dizia: “Nada mais posso fazer por esta jovem Irmã. Cuidem dela e podem
chamar-me a qualquer momento”.
Mas algo de muito especial aconteceu na noite do dia 6 de
janeiro de 1924! Já era muito tarde, por volta das 22 horas e trinta minutos!
Em meio ao silêncio profundo da noite, Irmã Elizabete
começa a falar e as outras Irmãs que cuidavam dela ficam surpresas.
Irmã Elizabete diz: “Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu
tenho uma dor tão grande que nem sei oferecer a Deus... reze por mim!”
Então a bela Senhora lhe diz: “REZA! CONFIA! ESPERA!
Voltarei para ver você de 22 para 23 de fevereiro”. Depois de sorrir,
desapareceu.
Irmã Elizabete não sabia quem era aquela boa e linda
Senhora que a tinha visitado. Coitada! As Irmãs pensavam que a pobre Irmã
estava sonhando. Como poderia ver alguém se ela estava cega há um ano? Ela, no
entanto, continua tranquila em seu sofrimento, mas sua saúde piora cada vez
mais.
O mês de fevereiro inicia e Irmã Elizabete não esquece o
que a bela Senhora tinha lhe falado: “Eu voltarei”.
Era o dia 22 de fevereiro. Cai a noite, são 23h45min, as
Irmãs enfermeiras velam pela agonizante e rezam.
Neste momento, Irmã Elizabete tem um sobressalto e as
Irmãs pensam que é o fim. “Oh! A Senhora! A Senhora!” diz Irmã Elizabete,
sentada na cama, mãos postas, olhar fixo num determinado ponto e com o rosto
erguido. “De 22 para 23? Eu havia entendido de 2 para 3”.
Um pouco depois, cheia de espanto diz: “Mas, a
Senhora.... é... Nossa Senhora! É Nossa Senhora! Nossa Senhora com um menino!”
Somente neste momento, Irmã Elizabete reconhece que
aquela boa Senhora era a Mãe de Jesus. “Mas, por que chora o seu menino? Chora
por minha causa? Chora por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?"
Irmã Elizabete vê Jesus nos braços de Nossa Senhora. Ele
está com seu rostinho erguido, olhando o rosto da sua mãe e uma das mãozinhas
pousa sobre a mão de Maria.
Sua longa veste branca perde-se no manto da Virgem e de
seus olhos meigos rolam duas grandes lágrimas.
As Irmãs que estavam presentes não ouvem e não veem nada,
mas sentem que algo de extraordinário está acontecendo ali.
Nossa Senhora ternamente, lhe responde: “O Menino chora
porque não é bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que lhe
são consagradas. Tu deves dizer isto!”
Irmã Elizabete não tinha percebido a missão que tinha
recebido e disse: “Oh, Nossa Senhora, leve-me ao paraíso!" Nossa Senhora lhe
responde: “Deverias ir, mas agora deves anunciar esta mensagem a todos”.
Irmã Elizabete, um pouco assustada, diz: “Mas eu sou tão
pequena, a última de todas, não sei nada, nem sei mais falar, quem acreditará
em mim? Dê-me um sinal então”. Neste momento, a Virgem sorri, carinhosamente,
inclina-se um pouco e diz: “Devolvo-te a saúde”. E desaparece com seu Menino.
Irmã Elizabete ficou totalmente curada e viveu mais 60
anos, anunciando, com a própria vida, a mensagem que Nossa Senhora lhe tinha
dado. Seu olhar meigo, profundo, luminoso, era o olhar de quem já viu o céu!
Esta linda Senhora recebeu o título de Nossa Senhora do
Divino Pranto porque Jesus chorava no seu colo pelos pecados que cometemos,
pelas coisas erradas que fazemos, pela nossa falta de amor, de respeito, de
gratidão.