domingo, 31 de março de 2013

"Aleluia, o Senhor Ressuscitou, Aleluia!"

Depois de ter vivido quarenta dias de Quaresma, sem cantar Aleluia, neste domingo de Ressurreição, com todos os nossos irmãos e irmãs, somos convocados a proclamar com alegria: "Aleluia, o Senhor Ressuscitou, Aleluia!"



Nossa fé na Ressurreição de Jesus, causa de nossa alegre esperança, porque a vida venceu a morte, baseia-se na fé dos primeiros discípulos de Jesus que o reconheceram ressuscitado ao crucificado!

A comunidade cristã percebeu e compreendeu aos poucos, pela ação do Espírito, que seu Mestre tinha ressuscitado e continuava vivo no meio deles.

Invadiu-os a certeza de que Deus tinha resgatado Jesus da morte, confirmando a veracidade e o valor de sua vida, palavra, de sua Causa. Deus está do lado de Jesus. 

Nessa experiência fundante da primeira comunidade, fundamenta-se a força missionária da Igreja que através dos séculos continua proclamando: "O Senhor Ressuscitou, verdadeiramente, aleluia!".

Fonte: IHU

sábado, 30 de março de 2013

Sábado Santo


"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade.

É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. 

O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro". 






sexta-feira, 29 de março de 2013

6ª feira Santa - Celebração da Paixão do Senhor



Na liturgia da Paixão do Senhor, não há celebração da eucaristia, apenas distribuição da comunhão. Além de uma introdução e conclusão silenciosa, a liturgia tem quatro momentos distintos:

1. Liturgia da Palavra: a liturgia da palavra nos apresenta uma síntese da vida e da ação de Jesus:

- Ele é o servo que carrega os pecados da humanidade (1ª leitura);
- O rei universal que dá a vida (evangelho);
- O único sacerdote e mediador entre Deus e a humanidade (2ª leitura).

2. Oração universal:
A oração universal exprime a abertura universal da comunidade, consciente de que a salvação de Cristo é oferecida a todos os homens.

3. Adoração da Cruz:
Jesus celebrou a sua Páscoa, "passando" através de uma morte dolorosa e humilhante, para chegar à ressurreição gloriosa. Honrando a cruz, adoramos e agradecemos a Jesus por seu amor.

4. Rito da Comunhão:
Não há oferendas a apresentar ao Pai. Não é renovado no altar o sacrifício da cruz. A comunhão é feita com o pão eucarístico consagrado na véspera.


Leitura da Paixão segundo São João:
A leitura da Paixão segundo São João nos introduz ao mistério pascal que, nesse dia, revivemos. Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da Páscoa. João é muito sóbrio a respeito dos sofrimentos. Ele não pretende comover os cristãos com a descrição dos tormentos atrozes infligidos a Jesus, mas procura de todos os modos fazer entender a imensidade do seu amor. Jesus está consciente dos últimos acontecimentos de sua vida e missão. Não é arrastado pelos acontecimentos. Está preparado para dar a vida.

O objetivo de João é alimentar a fé dos discípulos e iluminá-los sobre o sentido misterioso do que aconteceu. Jesus era a "luz", mas os homens amaram mais as trevas do que a "luz", por isso, o rejeitaram e o condenaram.

Vamos retomar alguns fatos, relembrar alguns personagens, para, assim, vivenciarmos mais intensamente esse drama sagrado.

BEIJO DE JUDAS
Foi um sinal de amor (como uma flor), transformado em gesto de maldade. Foi a suprema falsidade de um homem, procurando traduzir com os lábios, o que não desejava o coração.

PERFUME DE MADALENA
Derramando aroma aos pés do mestre, a pecadora pública de Mágdala demonstra que amar era aquilo que ela desejava e pecar era o que ela não queria. No lavar os pés de Jesus, ela manifesta o desejo de lavar a alma do pecado. Como Judas, também, ela beijou o Cristo. Só que Judas o beijou para traí-lo e ela para se libertar de sua vida de traição. Judas o beijou porque queria vendê-lo e ela o beija porque estava cansada de ser vendida.

TOALHA DE VERÔNICA
Sem ter medo de ninguém, uma mulher rompe o grupo violento dos soldados e enxuga o rosto do mestre coberto de sangue, certamente provindo dos furos causados pelos espinhos que lhe perfuravam a fronte.

BACIA DE PILATOS
Percebemos que foi usada como símbolo de covardia. Nela, os séculos reconhecem o sinal acabado da omissão. Por não ter tido coragem suficiente, omitiu-se o procurador romano, permitindo que Cristo fosse condenado, ainda que nele não visse nenhum mal. A bacia de Pilatos e a bacia de Jesus no lava-pés! Duas bacias bem diferentes.

SEPULTURA NOVA DE JOSÉ DE ARIMATEIA
Por causa desse homem rico, mas de profunda sensibilidade, Cristo não é lançado em vala comum e passa a ter direito a uma sepultura. Para nascer, Jesus não encontra um berço. Para descansar na morte, um túmulo lhe é ofertado. Talvez por lhe ter faltado na hora do nascimento, encontrou o amigo fiel na hora da morte. Às vezes, é assim. Precisa-se mais de um amigo para morrer do que para começar a vida.

- Durante a vida, ninguém deu valor ou até fez sofrer, mas quando morreu todos exclamam comovidos: "Coitado, ele era uma boa pessoa. Será insubstituível".

Conclui a narrativa com a imagem da festa das núpcias: a comunidade abraça o seu esposo e mostra ter entendido quanto foi amada por ele. Começa assim, no Calvário, a festa das núpcias que terá a sua realização plena no céu. Essa será a conclusão da história de amor entre Deus e o homem.

Padre Antônio Geraldo Dalla Costa

quinta-feira, 21 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

quinta-feira, 14 de março de 2013

Jesuíta, novo Papa é um homem discreto e simples


A igreja católica tem pela primeira vez na história um Papa latino-americano. O argentino Jorge Mário Bergoglio foi o eleito. Ex-arcebispo de Buenos Aires, ele se chamará Francisco.

Uma multidão aguardava ansiosa na praça de São Pedro pela aparição do novo pontífice, em meio a uma chuva persistente e ventos frios. Os fortes aplausos dos presentes demonstram a satisfação do público diante do fim da eleição.

"Anuntio vobis gaudium, habemus Papam" "(Anuncio uma grande alegria, temos Papa)", proclamou protodiácono francês Jean-Louis Tauran, no balcão da Basílica de São Pedro, ao revelar o 266º pontífice da história. Diante de uma multidão emocionada e muitos aplausos, Francisco agradeceu a nova incumbência e rezou uma Ave Maria.

A aparição foi rápida, mas suficiente para acalmar católicos de todo o mundo que, há dias, aguardavam pelo fim da indefinição de quem seria eleito Chefe da Igreja Católica.

Bergoglio, primeiro papa jesuíta e não europeu, não era apontado como um dos favoritos, batendo outros cardeais cujas apostas de papado eram fortes, como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer.

O conclave secreto que escolheu o primeiro papa latino-americano da história começou na noite de terça-feira com uma primeira votação, e nesta quarta-feira outras quatro rodadas aconteceram. A fumaça branca indicando que o novo pontífice tinha obtido a necessária maioria de dois terços aconteceu após a quinta votação.

Pela primeira vez na história do papado, o Chefe da Igreja Católica adota o nome de Francisco. Jorge Mário Bergoglio é filho de italianos, tem 76 anos e tornou-se arcebispo da arquidiocese da capital argentina em fevereiro de 1998. Em 21 de fevereiro de 2001, foi promovido a cardeal por João Paulo II.

Bergoglio é considerado um conservador moderado e mostrou uma forte oposição à legalização do casamento gay na Argentina em 2010.

De acordo com especialistas, Bergoglio é articulador com grande capacidade e tem perfil fortemente doutrinário.


O argentino Jorge Bergoglio, de 76 anos, eleito nesta quarta-feira (13) para suceder o papa Bento XVI, é um jesuíta austero, de tendência moderada e que leva uma vida discreta. Sua designação para ocupar o trono de São Pedro é a primeira de um latino-americano para dirigir a Igreja Católica, que também jamais esteve a cargo de um representante da Companhia de Jesus.

Arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, este homem tímido e de poucas palavras goza de um grande prestígio entre seus seguidores que apreciam sua total disponibilidade e sua forma de vida, afastada de qualquer ostentação.

Bergoglio nasceu no dia 17 de dezembro de 1936 no seio de uma família modesta da capital argentina, filho de um funcionário ferroviário de origem piemontesa e de uma dona de casa.

Frequentou a escola pública, onde se formou como técnico de química, e aos 22 anos se uniu à Companhia de Jesus, onde obteve uma licenciatura em Filosofia.

Depois de entrar para o ensino privado, começou seus estudos de Teologia e foi ordenado sacerdote em 1969. Aos 36 anos foi designado responsável nacional dos jesuítas argentinos, cargo que desempenhou durante seis anos.

Foi nos anos difíceis da ditadura argentina (1976-83), que Bergoglio precisou manter a qualquer custo a unidade do movimento jesuíta - invadido pela Teologia da Libertação - sob o lema de "manter a não politização da Companhia de Jesus", segundo seu porta-voz Guillermo Marcó.

Depois, viajou à Alemanha para obter seu doutorado e em seu retorno retomou a atividade pastoral como simples sacerdote de província na cidade de Mendoza (1.100 km a oeste de Buenos Aires).

Em maio de 1992, João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires e começou a escalar rapidamente a hierarquia católica da capital: foi vigário episcopal em julho deste ano, vigário-geral em 1993 e arcebispo coadjutor com direito de sucessão em 1998.

Converteu-se posteriormente no primeiro jesuíta primaz da Argentina e, em fevereiro de 2001, vestiu finalmente a púrpura de cardeal.

De acordo com a imprensa argentina, Bergoglio figurou entre os mais votados no conclave de 2005, que elegeu Joseph Ratzinger como sucessor de João Paulo II.

O arcebispo goza de prestígio geral por seus dotes intelectuais e dentro do Episcopado argentino é considerado um moderado, a meio caminho entre os prelados mais conservadores e a minoria progressista.

Em um país de maioria católica, se opôs de forma tenaz em 2010 à aprovação da lei que consagrou o casamento homossexual, a primeira na América Latina.

"Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus", disse Bergoglio pouco antes da sanção da lei.

Também se opôs a uma mais recente lei de identidade de gênero que autorizou travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.

Estas duas iniciativas esfriaram as relações entre a Igreja argentina e a presidente Cristina Kirchner, embora a presidente, que se declara cristã, seja contrária à legalização do aborto.

Apesar de sua meteórica carreira na hierarquia católica, continua sendo um homem muito humilde. Sua rotina começa às 4 e meia da manhã e termina às 21h.

É um grande leitor dos escritores argentinos Jorge Luís Borges e Leopoldo Marechal e do russo Fiodor Dostoievsky, amante da ópera e fã do clube de futebol San Lorenzo, curiosamente fundado por um sacerdote.


domingo, 10 de março de 2013

Formação Sobre o Catecismo da Igreja Católica


Em vista do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, que teve início a 11 de outubro de 2012 e se encerrará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de novembro de 2013, a Paróquia São Luís Gonzaga estará promovendo durante o ano de 2013, de março a novembro, encontros de formação sobre o Catecismo da Igreja Católica.

Estamos comemorando 20 anos da publicação do Catecismo atual. Fruto do Concílio Vaticano II e elaborado com a colaboração de todo o episcopado, o Catecismo é um instrumento que apresenta, de modo simples e sistemático os conteúdos da fé católica.

No início do Pontificado de João Paulo II, o mesmo já nos falava em uma nova evangelização, que seja nova no seu ardor, nos seus métodos e expressões. Essa consciência foi evoluindo na vida da Igreja a partir final do século passado e ganha força maior neste Ano da Fé, onde o Sínodo dos Bispos, realizado em outubro último, refletiu e traçou coordenadas a partir do tema “A Nova Evangelização para a Transmissão da Fé”.

Com este espírito, chamados a aprofundar nossa fé, a partir de Jesus Cristo e da doutrina dos apóstolos, convidamos você a participar conosco destes encontros de formação sobre o Catecismo da Igreja Católica.

Local: Paróquia São Luís Gonzaga (Salão Paroquial)
Data: Toda a segunda quinta-feira de cada mês, de março a novembro. Primeiro encontro dia 14/03.
Horário: 20h30min

Por Talis Pagot

sábado, 9 de março de 2013

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo: Por mais que o mundo inteiro fale, novo Papa não mudará a doutrina da Igreja


Roma, 09 mar (SIR) - Antes da decisão do Colégio Cardinalício de que os cardeais já não falariam com a imprensa o Cardeal Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador (Bahia), Dom Geraldo Majella Agnelo afirmou ao Vatican Insider, uma seção do jornal italiano La Stampa, que um novo Papa não mudará os pontos essenciais da doutrina da Igreja com tal de “modernizá-la”, como reclamam certos meios de comunicação e críticos da Igreja Católica. 


Diante de certa expectativa dos meios de que um novo papa “modernizaria” a Igreja modificando alguns dos seus ensinamentos em relação à sexualidade, defesa e da vida e moral, entre outros, o purpurado brasileiro defende que “o Papa deve ser fiel ao Evangelho. Ele não pode dizer: de agora em diante mudamos o que está no evangelho de Jesus Cristo. Por exemplo em matéria de aborto, as coisas não mudarão.

Por mais que o mundo inteiro fale, não ocorrerá.  “Não serão permitidas novas uniões sacramentais depois do divórcio. Não se trata de conservadorismo. Nossa posição são os mandamentos da lei de Deus, com eles damos uma resposta ao mundo de hoje. É importante que o Papa se faça presente para chamar a atenção, seja da Igreja ou entre os homens de boa vontade, para oferecer uma reflexão sobre diversos assuntos. Deve ser um pontífice que esteja atento, para suscitar um debate na própria humanidade”, destacou.

O Cardeal assinalou também que “Bento XVI não foi um “Papa de transição”. “Em sua eleição havia, entre todos os cardeais, uma pessoa com um maior tempo de exercício em uma das congregações mais importantes do Vaticano como a Doutrina da Fé. Isso fez que ele conhecesse bem a Igreja, sua vida, suas dificuldades e também as alegrias. Isso instintivamente perceberam os cardeais eleitores e portanto a eleição caiu sobre ele. Para mim, agora não temos algum que sobressaia.

Existem personagens de vários segmentos da Igreja no mundo e que têm características que chamam a atenção. Estão todos mais ou menos nivelados”, afirmou o Cardeal Majella. Falando sobre o perfil do novo Papa o cardeal brasileiro afirmou que “é importante que ele seja um grande pastor para todos e também para falar com os homens de boa vontade”. Segundo Dom Geraldo, a procedência geográfica pesará minimamente na eleição do Pontífice. “Não se diz: agora precisamos um Papa que venha da África ou da Ásia ou de outra parte do mundo. Isso não ocorrerá. Tampouco se formarão blocos de cardeais por país que votarão por alguém em específico.



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sexta-feira, 8 de março de 2013

Os Cardeais decidiram: Conclave terá início no dia 12 de março (terça-feira)

A oitava Congregação Geral do Colégio dos Cardeais, encerrada no final da tarde desta sexta-feira, decidiu que o Conclave para a eleição do novo Pontífice terá início na terça-feira 12 de março de 2013.

Pela manhã, na Basílica de São Pedro, será celebrada a Missa “pro eligendo Pontifice” e na parte da tarde a entrada dos Cardeais no Conclave.



Fonte:  Rádio Vaticano

sábado, 2 de março de 2013

Tempo de conversão

Continuamos caminhando com Jesus a Jerusalém, é nesse caminho que se situa o texto do evangelho de Lucas 13, 1-9 no 3º DOMINGO DE QUARESMA



É importante ter em conta que, para Lucas, esta viagem a Jerusalém é central em seu evangelho. Esta cidade sinaliza o fim trágico da vida terrena de Jesus de Nazaré e o início de sua presença ressuscitada no meio do povo.
Jesus caminha decidido a Jerusalém: "Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém" (Lc 9, 51), quer levar até o fim o projeto do Reino.
Durante a subida a Jerusalém aparecem estas pessoas com a notícia dos galileus que Pilatos tinha matado enquanto ofereciam sacrifícios.
Na mentalidade dos judeus, baseada na doutrina da retribuição, as tragédias ou catástrofes eram consideradas castigos enviados por Deus.
Em nossos dias não existe também no imaginário das pessoas a ideia de que Deus castiga? Ou se uma pessoa sofre algum tipo de mal é porque algo errado terá feito?
Se bem não saibamos com exatidão a que fato Lucas faz referência, é claro que Jesus não está de acordo com essa imagem de Deus cruel, vingador, da mentalidade de seu tempo.
Ele conhece seu Pai e sabe que não age desse modo, que seu amor é infinito e incondicional.
Por isso Jesus apresenta uma nova imagem de Deus. Aquele que não corta o diálogo com seus filhos/as por mais que eles errem. Ao contrário, está sempre disposto a dar-lhes uma nova oportunidade, convidando-os/as pacientemente a mudar de vida.
Se as tragédias ou catástrofes não são castigos divinos por nosso mau comportamento, elas são sim, muitas vezes, uma chamada de atenção à nossa consciência.
Por exemplo, o que está acontecendo com o aquecimento global do planeta,  não é ação divina, senão consequência de ações humanas conscientes ou inconscientes contra a natureza!
Obviamente que isso é contrário ao projeto de Deus que nos presenteou com a maravilha da criação para que cuidemos dela, e ela de nós!
Sob essa ótica, os diversos acontecimentos tornam-se chamados à conversão, a voltar a Deus, a mudar nossos critérios, atitudes e ações para que colaborem com seu Plano de vida para toda a criação.
As palavras de Jesus: "E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo", soam como um grande apelo à nossa consciência. É um convite para olhar nossa vida, não pelo medo ou culpa, mas pelo amor de Deus que quer que todos e tudo viva, e viva em abundância!
Que atitudes, ações somos convidados/as a mudar nesta quaresma para que nosso chão e todos/as os que nele habitam vivam?
O final do evangelho deste domingo nos oferece uma parábola, que ilustra mais a misericórdia e paciência de Deus.
Na bíblia, a imagem da vinha representa Israel. Segundo o texto de hoje, no meio desta vinha se encontra uma figueira, que é uma das árvores mais comuns e generosas da Palestina, que simboliza o povo eleito.
O que acontece ao povo de Deus, tão querido e cuidado por Ele que não dá fruto? Ressoa até nós o grito de Deus: "Povo meu! O que te fiz? Em que te ofendi? Responde-me?".
O surpreendente na parábola é a intervenção do agricultor diante da árvore infrutífera que esgota a terra: "Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás".

Não só pede que não a corte, senão se oferece para dar-lhe um cuidado especial! Não há dúvida de que o Apóstolo Paulo está certo ao afirmar que a paciência de Deus é nossa salvação!
A Quaresma é uma nova oportunidade que Deus nos dá. Ele se apresenta como o simples agricultor para trabalhar a terra de nosso coração, regar-nos e adubar-nos com seu Espírito e Palavra.
 

Como outras parábolas, o final permanece aberto, não sabemos se a figueira deu ou não fruto. Deus oferece sua graça, mas precisa de nossa reposta, de nossa disponibilidade para fazer acontecer em nos e por nós seu reino de vida.

Referências
AGUIRRE MONASTERIO, Rafael; RODRIGUEZ CARMONA, Antonio.  Evangelho Sinóticos e atos dos Apóstolos. São Paulo: Ave Maria, 1994.
DURCASE, Jean. Palavras para rezar. São Paulo: Ed. Paulinas, 1993.
KONINGS, Johan. Espírito e Mensagem da liturgia dominical. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia, 1981.