Roma, 09 mar (SIR) - Antes da decisão do Colégio
Cardinalício de que os cardeais já não falariam com a imprensa o Cardeal
Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Salvador (Bahia), Dom Geraldo Majella
Agnelo afirmou ao Vatican Insider, uma seção do jornal italiano La Stampa,
que um novo Papa não mudará os pontos essenciais da doutrina da Igreja com tal
de “modernizá-la”, como reclamam certos meios de comunicação e críticos da
Igreja Católica.
Diante de certa expectativa dos meios de que um novo papa
“modernizaria” a Igreja modificando alguns dos seus ensinamentos em relação à
sexualidade, defesa e da vida e moral, entre outros, o purpurado brasileiro
defende que “o Papa deve ser fiel ao Evangelho. Ele não pode dizer: de agora em
diante mudamos o que está no evangelho de Jesus Cristo. Por exemplo em matéria
de aborto, as coisas não mudarão.
Por mais que o mundo inteiro fale, não ocorrerá.
“Não serão permitidas novas uniões sacramentais depois do divórcio. Não se
trata de conservadorismo. Nossa posição são os mandamentos da lei de Deus, com
eles damos uma resposta ao mundo de hoje. É importante que o Papa se faça
presente para chamar a atenção, seja da Igreja ou entre os homens de boa
vontade, para oferecer uma reflexão sobre diversos assuntos. Deve ser um
pontífice que esteja atento, para suscitar um debate na própria humanidade”,
destacou.
O Cardeal assinalou também que “Bento XVI não foi um
“Papa de transição”. “Em sua eleição havia, entre todos os cardeais, uma pessoa
com um maior tempo de exercício em uma das congregações mais importantes do
Vaticano como a Doutrina da Fé. Isso fez que ele conhecesse bem a Igreja, sua
vida, suas dificuldades e também as alegrias. Isso instintivamente perceberam
os cardeais eleitores e portanto a eleição caiu sobre ele. Para mim, agora não
temos algum que sobressaia.
Existem personagens de vários segmentos da Igreja no
mundo e que têm características que chamam a atenção. Estão todos mais ou menos
nivelados”, afirmou o Cardeal Majella. Falando sobre o perfil do novo Papa o
cardeal brasileiro afirmou que “é importante que ele seja um grande pastor para
todos e também para falar com os homens de boa vontade”. Segundo Dom Geraldo, a
procedência geográfica pesará minimamente na eleição do Pontífice. “Não se diz:
agora precisamos um Papa que venha da África ou da Ásia ou de outra parte do
mundo. Isso não ocorrerá. Tampouco se formarão blocos de cardeais por país que
votarão por alguém em específico.
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