Esta Solenidade é celebrada na quinta-feira após a
Solenidade da Santíssima Trindade.
A festa é claramente ligada à Quinta-Feira Santa, e
manifesta o seu caráter essencial: "Na festa de Corpus Christi, a Igreja
revive o mistério da Quinta-Feira Santa à luz da Ressurreição"
A celebração de Corpus Christi é a celebração do
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, é a festa na qual nós católicos celebramos
a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, “fonte e ápice de toda vida
cristã” (LG 11).
A solene celebração de Corpus Christi, tal como a
conhecemos hoje, é devido à inspiração da religiosa flamenga Santa Juliana de
Cornillon (1191-1258). A festa, iniciada na diocese de Liège, na Bélgica atual,
em 1246 se espalhou rapidamente, graças aos esforços do flamengo James
Pantaleone de Troyes, mais tarde eleito Papa Urbano IV (1261-1264).
O Papa Urbano IV (1261-1264) estendeu-a à Igreja
universal, em 08 de setembro de 1264, através da Bula Papal “Transiturus de hoc
mundo”, onde além da instituição da data, concede a indulgência plenária a
todas as pessoas que participam desta Solenidade.
A Missa e o Ofício de Corpus Christi foram compostos por
São Tomás de Aquino, sob as ordens do Papa Urbano IV., para que preparasse as
leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.
A difusão desta festa litúrgica só será completa no
pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena
(1311-1313).
Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o
costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico
de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.
O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na
exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da
cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico,
era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de
Cristo na hóstia consagrada.
Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi
como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito
Canônico confirma a validade das exposições públicas da Eucaristia e diz que
principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas
vias públicas (cân. 944).
A Hóstia consagrada, exposta no ostensório, sairá às ruas
das nossas cidades, para mostrar ao mundo esse grande milagre, em que temos o
nosso Deus tão próximo e acessível, presente no sacrário das nossas igrejas. A
procissão de Corpus Christi é um ato de manifestação pública da nossa fé na
presença real, verdadeira e substancial de Jesus Cristo na Eucaristia.
O Cristo Eucarístico caminha à nossa frente, a hóstia
consagrada é conduzida em um ostensório, visível aos olhos de todos para que
sintam a presença de Deus que caminha junto de seu povo em todos os momentos de
sua vida.
A "custódia ou ostensório", como nós
conhecemos, é uma peça litúrgica que surge a partir da criação dessa solenidade
com a função de expor o Santíssimo Sacramento durante a adoração pública.
A procissão com o Cristo Eucarístico que segue
imediatamente à celebração da Santa Missa teve início entre os anos de 1274 e
1279, em Colônia, na Alemanha.
Essa prática encontrou boa acolhida na maioria dos países
ainda no século XIV e, no século XV, a procissão começa a ser realizada também
em Roma.
Esta festa é, para todos os Católicos, o momento de
comemorar a real presença de Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia, pela
mudança da substância do pão e vinho em corpo e sangue, a transubstanciação.
“Convém que a procissão se realize após a Missa na qual
se consagrará a hóstia a ser levada na procissão”.
Em todo o mundo, Corpus Christi é marcado pela procissão
eucarística solene que segue após a missa. Também a festa, se recorda a
celebração da Quinta-Feira Santa, que termina com a procissão eucarística até o
altar da reposição.
A procissão é um ato público de fé na presença real do
Senhor no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
O Espírito Santo, pelos gestos e palavras do sacerdote,
realiza na consagração a transubstanciação, na qual o pão torna-se o Corpo de
Cristo e o vinho torna-se o Sangue de Cristo.
Em 1983, o novo Código do Direito Canônico – cânon 944,
§1- mantém a obrigação de se manifestar “o testemunho público de veneração para
com a Santíssima Eucaristia” e “onde for possível, que haja procissão pelas
vias públicas”, mas os Bispos têm de escolher a melhor maneira de fazer,
garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.
É importante recordar três elementos ou atitudes que
constituem a forma de celebrar esta solenidade:
- o reunir-se comunitariamente em torno do Senhor, o estar
em pé diante dEle, do seu lado, e assim, estarmos juntos;
- o caminhar com o Senhor, isto é, a procissão;
- o ajoelhar-se diante do Senhor, a adoração, a
glorificação e a alegria pela sua proximidade.
Na procissão vemos vários elementos. Cada um tem um
significado especial.
- O ostensório que o padre leva é a custódia do Corpo de
Cristo na Eucaristia, significa que Jesus é a nossa luz.
- Dentro do ostensório, segurando a Santa Hóstia, há uma
haste em formato de lua. Jesus é nossa luz em todos os momentos.
- O padre se reveste da Capa Asperge e do Véu Umeral. É a
forma de mostrar o quando amamos e honramos a nosso Senhor Jesus Cristo.
- Os candelabros com as velas acesas significam que Deus
está aqui.
- A santa cruz que vai à frente nos recorda que a salvação
de Jesus é que fez tudo possível para nós.
- O Turíbulo com o incenso simboliza nossas orações, nosso
amor que sobe aos céus em gratidão e em honra do Corpo Santo de Jesus.
- O cortejo dos Acólitos e Coroinhas nos fazem pensar nos
anjos que diante do Trono do Cordeiro o estão servindo.
- Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística que diariamente servem ao altar levando o Corpo de Cristo aos doentes e o
distribuindo nas celebrações da Palavra e na Santa Missa.
- O povo, de modo geral, forma o Corpo Místico de Cristo, a
Igreja, que se coloca em adoração ao Corpo Sacramental de Cristo na Eucaristia.

Em unidade com toda a Igreja e com o mistério
Eucarístico, cantamos:
“Tão sublime sacramento adoremos neste altar, pois o
Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar. Venha a fé, por suplemento, os
sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador. Ao Espírito
exaltemos, na Trindade, eterno amor. Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do
louvor. Amém”.
Esse hino traduz aquilo que a liturgia deseja vivenciar
nesse dia: expor a verdadeira doutrina do Santíssimo Sacramento do altar e
anunciar que o pão e o vinho consagrados são, verdadeiramente, o Corpo e o
Sangue de nosso Redentor.