Em Namur, junto ao rio Mosa, no Brabante, na atual
Bélgica, nasceu Santa Júlia Billiart, virgem, que ainda paraplégica, fundou o
Instituto de Santa Maria para a formação da juventude feminina e propagou
ardorosamente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. († 1816)
Aos treze anos, Júlia sofreu sérios problemas e,
subnutrida, ficou, lentamente, paraplégica, por vinte e dois anos.
Durante esse tempo aprendeu os mistérios da vida mística,
do calvário, da glória e da luz.
Nesta época, decidiu ingressar na vida religiosa, com uma
meta estabelecida: fundar uma congregação destinada a educar os pobres e a
formar bons educadores. Mesmo não sendo letrada, possuía uma pedagogia nata,
aprendida na escola dos vinte e dois anos de paralisia, nos contatos com as
autoridades civis e eclesiásticas e com os terrores da destruição da Revolução
Francesa e de Napoleão Bonaparte.
Ainda paralítica, em 1804 fundou a "Congregação das
Irmãs de Nossa Senhora", a qual, futuramente, se chamaria
"Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namür". O objetivo do novo
Instituto era a educação das crianças e a catequese.
Em 1º de junho de 1804, após 30 anos de enfermidade e 22
anos de paralisia, Júlia foi milagrosamente curada durante uma novena ao
Sagrado Coração de Jesus. Sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus a curou, pois
ela voltou a caminhar depois de todos esses anos.
Júlia, incansável, continuou criando pensionatos,
fundando escolas, formando crianças e educadores, ficando conhecidas como as
"Irmãs da Nossa Senhora de Namur", consolidando a diretriz pedagógica
da congregação: a educação como o caminho da plenitude da vida.
Santa Júlia Billiart faleceu na paz de Nosso Senhor, que
era o centro de sua vida, no dia 8 de abril de 1816, aos 55 anos, enquanto
recitava o Magnificat.
Foi beatificada pelo Papa Pio X, em 1906, e canonizada
por Paulo VI em 1969. Na ocasião, ele disse: “Por meio do seu batismo, de sua
consagração religiosa e por sua vida inteira de fé em Deus, que é bom, Júlia
foi colocada na trilha da opção divina pelos pobres.”