quinta-feira, 19 de junho de 2025

Quinta-feira, 19 de junho de 2025 - Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Solenidade, Ano C

 

ORAÇÃO
“Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão; dai-nos venerar de tal modo o sagrado mistério do vosso Corpo e Sangue, que experimentemos continuamente os frutos da vossa redenção.
Vós, que sois Deus, e viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”

19 de junho - SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO (CORPUS CHRISTI)

 

Esta Solenidade é celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade.

A festa é claramente ligada à Quinta-Feira Santa, e manifesta o seu caráter essencial: "Na festa de Corpus Christi, a Igreja revive o mistério da Quinta-Feira Santa à luz da Ressurreição"

A celebração de Corpus Christi é a celebração do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, é a festa na qual nós católicos celebramos a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, “fonte e ápice de toda vida cristã” (LG 11). 

A solene celebração de Corpus Christi, tal como a conhecemos hoje, é devido à inspiração da religiosa flamenga Santa Juliana de Cornillon (1191-1258). A festa, iniciada na diocese de Liège, na Bélgica atual, em 1246 se espalhou rapidamente, graças aos esforços do flamengo James Pantaleone de Troyes, mais tarde eleito Papa Urbano IV (1261-1264).

O Papa Urbano IV (1261-1264) estendeu-a à Igreja universal, em 08 de setembro de 1264, através da Bula Papal “Transiturus de hoc mundo”, onde além da instituição da data, concede a indulgência plenária a todas as pessoas que participam desta Solenidade.

A Missa e o Ofício de Corpus Christi foram compostos por São Tomás de Aquino, sob as ordens do Papa Urbano IV., para que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração.

A difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313).

Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições públicas da Eucaristia e diz que principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas (cân. 944).

A Hóstia consagrada, exposta no ostensório, sairá às ruas das nossas cidades, para mostrar ao mundo esse grande milagre, em que temos o nosso Deus tão próximo e acessível, presente no sacrário das nossas igrejas. A procissão de Corpus Christi é um ato de manifestação pública da nossa fé na presença real, verdadeira e substancial de Jesus Cristo na Eucaristia.

O Cristo Eucarístico caminha à nossa frente, a hóstia consagrada é conduzida em um ostensório, visível aos olhos de todos para que sintam a presença de Deus que caminha junto de seu povo em todos os momentos de sua vida.

A "custódia ou ostensório", como nós conhecemos, é uma peça litúrgica que surge a partir da criação dessa solenidade com a função de expor o Santíssimo Sacramento durante a adoração pública.

A procissão com o Cristo Eucarístico que segue imediatamente à celebração da Santa Missa teve início entre os anos de 1274 e 1279, em Colônia, na Alemanha.

Essa prática encontrou boa acolhida na maioria dos países ainda no século XIV e, no século XV, a procissão começa a ser realizada também em Roma.

Esta festa é, para todos os Católicos, o momento de comemorar a real presença de Jesus Cristo no Sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e vinho em corpo e sangue, a transubstanciação.

Convém que a procissão se realize após a Missa na qual se consagrará a hóstia a ser levada na procissão”.

Em todo o mundo, Corpus Christi é marcado pela procissão eucarística solene que segue após a missa. Também a festa, se recorda a celebração da Quinta-Feira Santa, que termina com a procissão eucarística até o altar da reposição.

A procissão é um ato público de fé na presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

O Espírito Santo, pelos gestos e palavras do sacerdote, realiza na consagração a transubstanciação, na qual o pão torna-se o Corpo de Cristo e o vinho torna-se o Sangue de Cristo.

Em 1983, o novo Código do Direito Canônico – cânon 944, §1- mantém a obrigação de se manifestar “o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia” e “onde for possível, que haja procissão pelas vias públicas”, mas os Bispos têm de escolher a melhor maneira de fazer, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

É importante recordar três elementos ou atitudes que constituem a forma de celebrar esta solenidade:

  • o reunir-se comunitariamente em torno do Senhor, o estar em pé diante dEle, do seu lado, e assim, estarmos juntos;
  • o caminhar com o Senhor, isto é, a procissão;
  • o ajoelhar-se diante do Senhor, a adoração, a glorificação e a alegria pela sua proximidade.

Na procissão vemos vários elementos. Cada um tem um significado especial.

  • O ostensório que o padre leva é a custódia do Corpo de Cristo na Eucaristia, significa que Jesus é a nossa luz.
  • Dentro do ostensório, segurando a Santa Hóstia, há uma haste em formato de lua. Jesus é nossa luz em todos os momentos.
  • O padre se reveste da Capa Asperge e do Véu Umeral. É a forma de mostrar o quando amamos e honramos a nosso Senhor Jesus Cristo.
  • Os candelabros com as velas acesas significam que Deus está aqui.
  • A santa cruz que vai à frente nos recorda que a salvação de Jesus é que fez tudo possível para nós.
  • O Turíbulo com o incenso simboliza nossas orações, nosso amor que sobe aos céus em gratidão e em honra do Corpo Santo de Jesus.
  • O cortejo dos Acólitos e Coroinhas nos fazem pensar nos anjos que diante do Trono do Cordeiro o estão servindo.
  • Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística que diariamente servem ao altar levando o Corpo de Cristo aos doentes e o distribuindo nas celebrações da Palavra e na Santa Missa.
  • O povo, de modo geral, forma o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, que se coloca em adoração ao Corpo Sacramental de Cristo na Eucaristia.

Em unidade com toda a Igreja e com o mistério Eucarístico, cantamos:

Tão sublime sacramento adoremos neste altar, pois o Antigo Testamento deu ao Novo seu lugar. Venha a fé, por suplemento, os sentidos completar. Ao Eterno Pai cantemos e a Jesus, o Salvador. Ao Espírito exaltemos, na Trindade, eterno amor. Ao Deus Uno e Trino demos a alegria do louvor. Amém”.

Esse hino traduz aquilo que a liturgia deseja vivenciar nesse dia: expor a verdadeira doutrina do Santíssimo Sacramento do altar e anunciar que o pão e o vinho consagrados são, verdadeiramente, o Corpo e o Sangue de nosso Redentor.



quarta-feira, 18 de junho de 2025

18 de junho - NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

 

Há várias opiniões a respeito da origem do nome de Nossa Senhora da Oliveira.

A devoção se manifesta em Portugal e no Brasil, com diferentes histórias e tradições.

A mais provável, é a de que se baseia na Sagrada Escritura. Várias passagens da vida terrena de Cristo se deram no monte das Oliveiras, como mostram os evangelhos de Mateus 21,1 e 24,3 e Marcos, 11,1; 13,3 e 14,26. Também o profeta Jeremias, no capítulo 11,16, cita a árvore.

A devoção a Nossa Senhora da Oliveira é considerada uma das mais antigas de Portugal, evidenciando a importância da fé e da devoção mariana na cultura lusa. 

Nossa Senhora da Oliveira, padroeira de Guimarães, é talvez a devoção mais antiga de Portugal. Quando Portugal nasceu já Ela existia há muitos séculos e foi perante o seu altar que o primeiro rei, D. Afonso Henriques, se armou para ir combater os cinco reis mouros nos campos de Ourique e fundar a nacionalidade portuguesa. Foi, pois, sob a sua proteção, que se fundou Portugal.

No tempo do Conde D. Henrique, era essa Nossa Senhora de Guimarães, a Virgem de maior devoção entre o Douro e o Minho, ou seja, em todo o condado Portucalense e terras da Galisa, de tão grande devoção, que a Ela se deve o não ter sucumbido pelo menos decaído em muito a cidade de Guimarães, quando D. Afonso Henriques mudou a capital do País para Coimbra. A influência de romeiros vindos de toda parte, manteve de pé a importância da antiga Capital. Nossa Senhora da Oliveira, ou melhor N. Senhora de Guimarães, começou a ser venerada como Nossa Senhora da Oliveira, no reinado de Afonso IV.

No coração de Guimarães, a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira é um testemunho da fé inabalável dos seus habitantes. A festa da Padroeira de Guimarães é no mês de agosto.

Em Vacaria, a história de Nossa Senhora da Oliveira remonta a 1750, quando a imagem foi encontrada.

A história de Nossa Senhora da Oliveira é uma história de fé, devoção e da importância da oliveira como símbolo de paz, prosperidade e da presença de Deus. A festa de Nossa Senhora da Oliveira, em Vacaria, é em setembro.

"Nós te saudamos, Senhora da Oliveira, aparecida nos campos de Vacaria. Por ti nos veio Jesus, caminho, verdade e vida. Ele, com o Pai e o Espírito Santo, abençoe e proteja nossas famílias, comunidades e diocese. Anima e fortalece, ó mãe querida, os ministros ordenados, os religiosos e religiosas e os fiéis leigos e leigas, chamados por Deus para servir a Igreja e a humanidade. Guia teu povo na justiça e na caridade em favor dos pobres e doentes. Teu amor nos acompanhe no caminho da santidade, nos livre de todo mal e nos conduza à vida eterna. Amém!"

O título está associado à igreja de Murat, uma pequena cidade situada no sul da França, no departamento de Cantal.

A igreja de Murat foi atingida por um raio no ano de 1493, que causou um incêndio, ao qual somente sobreviveu uma imagem de madeira de Nossa Senhora da Oliveira. Desde aquele acontecimento milagroso a cidadezinha passou a ser chamada de Nossa Senhora da Oliveira.  No dia 18 de junho de 1881, a estátua foi coroada, graças a um breve apostólico dado pelo Papa Leão XIII, no dia 10 de maio de 1878. A festa da padroeira é em 18 de junho.

Oliveira dos Campinhos, com quase 15 mil habitantes, distrito da famosa Santo Amaro,  é aconchegante e de tão organizado parece uma pequena cidade, guarda em suas terras a secular Igreja de Nossa Senhora de Oliveira, com seus longos 394 anos de construída. A festa de Nossa Senhora da Oliveira, no Distrito de Oliveira dos Campinhos é em setembro.

Nossa Senhora da Oliveira é conhecida por ajudar especialmente as mulheres durante o parto e por proteger do impacto dos raios.

Há numerosas igrejas e santuários dedicados à Nossa Senhora da Oliveira na França, Itália e Espanha.



domingo, 15 de junho de 2025

Domingo, 15 de junho de 2025 - Santíssima Trindade, Solenidade, Ano C

 

ORAÇÃO
"Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso admirável mistério. Concedei-nos, na profissão da verdadeira fé, reconhecer a glória da Trindade e adorar a Unidade na sua onipotência.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”


15 de junho - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

 

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.

Pela graça do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade. “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos” (Ef 4,5-6).

Pela Confirmação ou Crisma somos chamados a confirmar essa fé para darmos, vivermos e darmos testemunho da Palavra de Deus e levá-la por toda parte.

Pelo Dogma da Santíssima Trindade, a Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. 

Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina. 

As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação, ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.

A segunda pessoa da Trindade não seria um Filho se não tivesse sido gerado pela primeira pessoa da Trindade.

Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).

O dogma da Trindade se definiu em duas etapas, no Concílio de Niceia (325 d.C.): foi definida a divindade do Filho e se escreveu a parte do Credo que se ocupa Dele. 

No Concílio de Constantinopla (381 d.C.): foi definida a divindade do Espírito Santo.

Nesta solenidade celebramos o mistério de um único Deus que é o Pai, e o Filho, e o Espírito Santo. Três Pessoas, mas um só Deus! O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito é Deus, é um Deus em três Pessoas. É o mistério que nos foi revelado por Jesus Cristo: a Santíssima Trindade, é a comunhão entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Este Deus, que se apresenta como Uno e Trino, não está distante, como parece, mas tão perto de nós, como Pão partido, Corpus Christi, que celebraremos na próxima quinta-feira. 

Pão dos Anjos e caminho para o Céu. Trata-se de um dom que custodia e revela o Sagrado Coração de Jesus, solenidade que celebraremos depois de Corpus Christi. 

Estas três celebrações litúrgicas representam o mistério da nossa fé, revelado nestes meses: do Natal à morte e ressurreição de Jesus, à Ascensão ao Céu e Pentecostes.

Pai criador, Filho salvador, Espírito Santificador, Honra e louvor a vós. Amém!

Celebrar a solenidade da Santíssima Trindade significa reconhecer a solicitude de Deus, a sua fidelidade em relação aos homens: Deus se interessou pelas vicissitudes humanas, fazendo de tudo para se aproximar de todos. Animados pelo Espírito Santo, tal solicitude e proximidade são exigidas, agora, de cada um de nós, pela nossa maior perfeição, cultivando os mesmos sentimentos de Jesus e vivendo em paz, como recorda São Paulo em II Cor 13, 11-13. Trata-se de uma festa que não deve ser vivida como espectadores, mas que exige de cada um de nós "Caminhar" com os outros, sendo próximos deles (Cf. Lc 15).

A revelação da Santíssima Trindade, “mistério central da fé e da vida cristã” (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 232-267), nos é dada através da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição.

Esse mistério foi sistematizado no Símbolo dos Apóstolos, a profissão de fé batismal da Igreja romana (séc. III): - “Creio em Deus Pai... Creio em Jesus Cristo, seu único Filho... Creio no Espírito Santo...”; e aprofundado no Símbolo Niceno-Constantinopolitano, fruto dos Concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381).


 

sábado, 14 de junho de 2025

14 de junho - SANTO PROFETA ELISEU

 

Eliseu era um rico proprietário de terras, natural de Abelmeula, foi discípulo e sucessor de Elias (1Rs 19,19-21;2Rs 2), continuando sua missão profética no reino do Norte..

Ele era filho de Safat e vivia em Abel-Meolá, onde Elias o encontrou e o ungiu conforme o Senhor ordenara. Então, ele passou a acompanhar Elias até quando este foi arrebatado ao céu.

O maior taumaturgo dos profetas do Antigo Testamento, porém, não deixou nada por escrito, embora tenha, pelos milagres que fez em favor dos estrangeiros, preanunciado fortemente a salvação para todos os homens.

Como Elias, é particularmente venerado pela Ordem dos Carmelitas.

Eliseu adoeceu e faleceu em idade avançada, em 790 a.C., em Samaria ou Sebaste, na Palestina, hoje Sivas, na Turquia.

Santo Eliseu é um dos profetas citados no Antigo Testamento, sua história está relatada na Bíblia, mais precisamente no livro de II Reis. Seu nome significa “meu Deus é salvação” em hebraico.

Sua atividade profética foi exercida em Israel durante os reinados de Ocozias, Jorão, Jeú e Joacaz. 

Eliseu exerceu sua atividade durante mais de sessenta anos. Assim, ele acompanhou de perto a sucessão de vários reis e presenciou muitas guerras, invasões e fomes que assolaram Israel.

O rei Jeú foi ungido por Eliseu, o qual o apoiou em sua determinação de acabar com o culto pagão ao deus Baal.

Na época em que Joás era o rei de Israel, Eliseu adoeceu e morreu já em idade avançada. Antes de sua morte, Joás foi visitá-lo e lamentou que grande perda seria para Israel a morte do profeta.

Ele era filho de Safat e vivia em Abel-Meolá, onde Elias o encontrou e o ungiu conforme o Senhor ordenara.

Suas ações e profecias são registradas em 1 Reis 19 (onde é chamado por Elias para o serviço profético) e 2 Reis 2-13 (onde sua narrativa é detalhada).

  • Em 1 Reis 19,19-21, Elias encontra Eliseu arando a terra e o chama para seguir seus passos. Eliseu obedece e passa a ser o sucessor de Elias.

No livro de 2 Reis, a história de Eliseu é rica em milagres e profecias:

  • 2 Reis 2,1-15: Elias deixa este mundo e Eliseu, por meio de um milagre, continua a missão profética.
  • 2 Reis 2,19-25: Eliseu purifica a água de Jericó, que havia se tornado imprópria para consumo.
  • 2 Reis 4,1-37: Eliseu realiza milagres para ajudar uma viúva, multiplicando o azeite e ressuscitando o filho de um homem de Sunam.
  • 2 Reis 4,38-41: Eliseu salva a vida de muitos homens ao corrigir uma sopa que havia sido envenenada.
  • 2 Reis 5,1-19: Eliseu cura Naamã, o comandante do exército sírio, de lepra.
  • 2 Reis 6,8-23: Eliseu impede que os sírios cercam a cidade de Dotain, e guia os soldados sírios cegos até a Samaria.
  • 2 Reis 7,1-20: Eliseu profetiza uma abundância de comida em Samaria após um longo cerco.
  • 2 Reis 13,14-21: Eliseu, já no fim da sua vida, prediz a vitória de Joás contra os sírios e, após sua morte, um milagre é feito sobre seus ossos.

Exerceu sua atividade durante mais de sessenta anos. Assim, ele acompanhou de perto a sucessão de vários reis e presenciou muitas guerras, invasões e fomes que assolaram Israel.

Ao longo dos tempos, foram surgindo muitas histórias, lendas e fatos admiráveis em torno da figura de Eliseu, as quais demonstram o quanto ele foi um profeta querido entre o povo.

Mais ainda, demonstram o quão grande era sua determinação em servir a Deus e levar o povo a também servir ao Senhor.

Ele, desde quando começou a acompanhar Elias, foi um homem cheio de fé e confiança em Javé, a quem dedicou todo o amor com total e absoluta entrega.

Usando o manto de Elias, Eliseu dividiu as águas do Jordão, multiplicou o óleo de uma viúva pobre, multiplicou 20 pães para saciar a fome de uma centena de pessoas, curou a lepra de Naamã o general do rei de Damasco. 

Eliseu acompanhou e serviu a Elias por um tempo.

Após ter recebido o espírito profético, ou seja, o dom da profecia, começou a profetizar em Israel, realizando muitos atos miraculosos.

As Escrituras relatam cerca de vinte milagres realizados por Eliseu, que vão desde a ressurreição de um menino até o aumento do azeite de uma pobre viúva. Um dos mais conhecidos, senão o mais importante, é o que trata da cura do sírio Naamã, que era general do rei da Síria, e havia sido contaminado pela lepra. Naqueles tempos, a lepra era uma doença incurável, a qual excluía a pessoa completamente do convívio social, ao ser curado agradeceu ao profeta e retornou, afirmando que daquela hora em diante serviria somente ao Deus dos hebreus.

Eliseu era o discípulo perfeito do Profeta Elias, do qual possuiu, conforme narra a Escritura, o duplo espírito. Ambos, mestre e discípulo, são considerados fundadores da Ordem do Carmo.

Antes do desaparecimento de Elias, num turbilhão de fogo, Eliseu pediu-lhe: “Dá-me uma porção dobrada do teu espírito”. E o pedido foi ouvido.

Elias passou diante de Eliseu e pôs-lhe em cima a sua capa. Então, Eliseu abandonou os bois e seguiu Elias, ficando ao seu serviço” (1 Re 19, 21). Eliseu recebeu o espírito de Elias e, entre muitos outros milagres que fez, curou Naamã da lepra e ressuscitou uma criança.

Viveu no meio dos filhos dos profetas e, em nome do Senhor, interveio muitas vezes nos acontecimentos do povo de Israel.

Ao longo dos tempos, foram surgindo muitas histórias, lendas e fatos admiráveis em torno da figura de Eliseu, as quais demonstram o quanto ele foi um profeta querido entre o povo. Mais ainda, demonstram o quão grande era sua determinação em servir a Deus e levar o povo a também servir ao Senhor. Ele, desde quando começou a acompanhar Elias, foi um homem cheio de fé e confiança em Javé, a quem dedicou todo o amor com total e absoluta entrega. 



sexta-feira, 13 de junho de 2025

Sexta-feira, 13 de junho de 2025 - Santo Antônio de Pádua, presbítero e doutor da Igreja, Memória

 

ORAÇÃO
“Deus todo-poderoso e eterno, que, em santo Antônio de Pádua, destes ao vosso povo um pregador insigne do Evangelho e um poderoso intercessor junto de Vós, concedei que, pelo seu auxílio, sigamos fielmente os ensinamentos da vida cristã e mereçamos a vossa proteção em todas as adversidades.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”



13 de junho - SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA, Sacerdote Franciscano e Doutor da Igreja

 

Santo Antônio é conhecido tanto por Santo Antônio de Pádua como por Santo Antônio de Lisboa.

O nome "de Pádua" refere-se à cidade italiana onde passou os últimos anos da sua vida, onde foi sepultado e onde a sua basílica é um dos principais pontos de peregrinação, e "de Lisboa" refere-se à cidade portuguesa onde nasceu. 

Nascido em Lisboa, Portugal, no final do século XII,  com o nome de Fernando de Bulhões, Santo Antônio faleceu em 13 de junho de 1231, nas proximidades de Pádua, na Itália.

Por isso, é conhecido tanto como Santo Antônio de Lisboa quanto Santo Antônio de Pádua.

Inicialmente, acreditava-se que ele havia nascido em 1191, mas uma exumação científica autorizada pelo Vaticano em 1981 revelou que Santo Antônio faleceu aos 40 anos, sugerindo que ele nasceu no final dos anos 1180.

Nessa exumação, a língua de Santo Antônio, um dos pedaços mais intactos de seu corpo, foi encontrada 40 anos após sua morte, em uma exumação.

Esta relíquia é celebrada em Pádua no dia 15 de fevereiro durante a “festa da língua”.

Com 15 anos, entra para a Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho.

Preparou-se para o sacerdócio no mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.

Sendo ordenado sacerdote, com 24 anos de idade, foi encaminhado à carreira de filósofo e teólogo. Mas, desejava uma vida religiosa mais severa.

Fernando decidiu deixar os Cônegos Agostinianos para seguir as pegadas de São Francisco de Assis, na Ordem dos Frades Menores, escolheu ser chamado Antônio, para imitar o santo anacoreta egípcio, com a intenção de dedicar-se à propagação da fé entre os povos da África, mas foi na Itália e na França que, exercendo com muito fruto o ministério da pregação, atraiu muita gente à verdadeira doutrina, convertendo muitos hereges.

Com 32 anos foi nomeado superior das Fraternidades franciscanas do norte da Itália. Ao cumprir tal função, visitou, incansavelmente, os numerosos Conventos, sob a sua jurisdição, e abriu outros. Decidiu estabelecer-se em Pádua, junto à pequena comunidade franciscana da igreja de Santa Maria Mater Domini. No entanto, continuou a atrair grandes multidões com suas pregações, transcorrendo diversas horas no confessionário e a reservar, para si, momentos de retiro em solidão.

Ele foi um grande pregador da Palavra de Deus, conhecido por sua eloquência e profundidade teológica.

Incansável pregador e confessor, Santo Antônio conjugou a vida apostólica com períodos de retiro na solidão, com amor a Deus e ao próximo.

Escreveu sermões impregnados de doutrina, unção espiritual e suavidade e, por ordem de São Francisco, ensinou teologia aos seus irmãos, até que em Pádua, em 1231, partiu deste mundo ao encontro do Senhor.

Menos de um ano após sua morte, em 30 de maio de 1232, ele foi canonizado, tornando-se um dos santos canonizados mais rapidamente na história. 

Em 1946, o Papa Pio XII o proclamou “doutor da Igreja” com o título de ‘Doctor Evangelicus’ (Doutor Evangélico).

Santo Antônio é frequentemente representado com um lírio, símbolo de pureza e castidade, e com o Menino Jesus, que, segundo a tradição, apareceu em seus braços acariciando-o.

É universalmente venerado pelo povo cristão.



quinta-feira, 12 de junho de 2025

12 de junho - SANTO ONOFRE, eremita

 

Santo Onofre, anacoreta, passou sessenta anos de vida religiosa, em total solidão, na amplidão do deserto.

Sabe-se pouco sobre a vida de Santo Onofre, exceto o que São Pafúncio, monge do século V, escreveu na sua biografia depois de tê-lo conhecido e o acompanhado até a sua morte..

Onofre era monge de um mosteiro perto de Tebas, e buscou de todas as maneiras os ensinamentos de Deus, mas sentindo-se chamado à vida solitária seguiu para o deserto, levando uma vida de eremita, a exemplo de são João Batista, optando por uma vida solitária e de oração, e do profeta Elias, abraçando o estado de vida mais perfeito: a solidão do deserto, onde passou mais de 60 anos. 

O relato da história de Santo Onofre é contado por São Pafúncio, que o encontrou no deserto.

Pafúncio encontrou Onofre no deserto e a aparência dele chamou a sua atenção: um homem idoso, de barbas brancas até o chão, recoberto de pelos e usando uma tanga de folhas.

Onofre contou ao abade Pafúncio que lutou por muitos anos contra as mais terríveis tentações (o alcoolismo na juventude), mas com perseverança conseguiu vencer todas, falou sobre a fome e a sede que sentiu e sobre o conforto que Deus lhe deu alimentando-o com os frutos de uma tamareira que ficava próxima da gruta em que morava.

Onofre levou Pafúncio à gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o pôr do sol, quando apareceu, repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e água que os revigorou (diz a tradição que foi um anjo que trouxe a comida para os dois).

Pafúncio falou sobre seu desejo de tornar-se um eremita. Na manhã seguinte, Onofre contou a Pafúncio que teve uma revelação de Deus. Nela, ele dizia que a missão do abade não era se tornar um eremita, mas presenciar a sua morte, voltar para a sociedade e contar a todos o que havia vivido. E assim, Pafúncio ficou.

Diz a lenda que ele assistiu quando um anjo deu a eucaristia a Onofre antes da morte, no dia 12 de junho † 400 no Egito. Pafúncio, então, pegou o corpo do santo e o enterrou em uma montanha.

Sua imagem é representada com cabelos e barbas longos, com apenas folhas para proteger as partes íntimas. Isso porque durante os anos que esteve no deserto foi assim que permaneceu, sem vestimentas.

Retornando à cidade, Pafúncio escreveu a história de Santo Onofre e a divulgou por toda a Ásia.

A devoção a Santo Onofre era muito grande no Oriente e passou para o Ocidente no tempo das cruzadas.