Hoje constatamos, no Evangelho, que ninguém que
encontrava Jesus podia fazê-lo com indiferença. Por que um rabino o convidou
para jantar e depois o tratou com descortesia, negligenciando os costumeiros
sinais de respeito e honra?
Lucas delineia o contraste entre o fariseu arrogante e
hipócrita, que observa todas as regras e, no entanto, não tem a sensibilidade
para receber um hóspede com as atitudes e gentilezas mais básicos, e a mulher
—que tendo reputação de pecadora pública— recebe Jesus com um serviço generoso (cf.
Lc 7,45-46). Sem dúvida ela entende a importância de servir com amor tanto
quanto o fariseu carece dessa sensibilidade. Os fariseus evitavam a companhia
dos “pecadores públicos”, e assim fazendo negligenciavam dar-lhes a ajuda que
precisavam para encontrar cura e integridade.
Como humanos, é tão difícil ser pessoas que
verdadeiramente amam e perdoam, e somos tentados a cuidar das aparências e
adquirir uma reputação de vida virtuosa ao mesmo tempo em que continuamos a
alimentar nossa tendência a julgar e não perdoar. Em muitas das estórias do
Evangelho ouvimos sobre a atitude do fariseu e do publicano. Se imaginarmos
como seriam os fariseus de hoje se eles vivessem presentemente em nossa
sociedade, descobriríamos, por exemplo, que eles certamente assistiriam Missa e
seguiriam todas as rubricas, mas, no caminho de casa, não hesitariam em fazer
avaliações críticas e negativas sobre os outros. De fato, é louvável frequentar
a Missa e observar todas as regras de uma conduta cristã, mas essa observância
cautelosa não terá nenhum valor se não for acompanhada de um espírito genuíno
de amor e perdão.
Fr. Eusebio MARTÍNEZ (Brownsville, Texas, Estados Unidos)
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