quinta-feira, 30 de maio de 2013

Corpus Christi na Paróquia N. Sª da Conceição, em Canoas

Atendendo ao pedido do Papa Francisco para que a “Igreja saia de si mesma”, para sentir a “doce e reconfortante alegria de evangelizar”, para servir e acolher a todos de nosso bairro, sem distinção, saímos em procissão desde a Paróquia até a pracinha do bairro onde todos recebemos a Bênção do Santíssimo Sacramento, para diante de todos os desafios anunciar o Evangelho e fazer uma homenagem pública ao Senhor Ressuscitado que caminha conosco rumo a nossa salvação.

Celebrada no autêntico espírito da liturgia a procissão do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor leva os fieis que dela participam, a sentir através da presença real do Senhor, que não foram abandonados na sua caminhada terrestre, mas que estão com o Senhor Eucarístico dentro deles, diante deles e atrás deles, na comunhão da Igreja.

O tapete por onde passou o Santíssimo Sacramento, na Solenidade de Corpus Christi, foi feito com roupas e cobertores doados pela comunidade.  A Pastoral Social fará a doação de toda a arrecadação para as pessoas cadastradas.


Pe. Wagner agradece a todos que generosamente e anonimamente contribuíram para o sucesso desta Solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo e da Campanha do Agasalho.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

domingo, 26 de maio de 2013

A PORTA DA FÉ

    A PORTA DA FÉ que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós.
    Bento XVI encontrou em Atos dos Apóstolos uma linda expressão: “A porta da fé”. Ele compara a fé a uma porta de entrada para uma realidade maravilhosa. Quem não tem fé, está fora dessa realidade. Quem recebe o dom da fé, passa por essa porta e entra nas sublimes realidades reveladas pela fé, conhece e crê nessas verdades de fé.
    Imaginemos visitar uma família, numa noite. Nunca havíamos estado nessa casa. Fomos recebidos na porta da casa e fomos levados para a sala, que estava escura. Ao chegar à sala,  a dona da casa acendeu as luzes. Num instante, a luz iluminou toda a sala e nós pudemos ver e admirar tudo o que nela havia: as poltronas, as cadeiras, os lustres, os tapetes, os móveis, os quadros na parede, enfim tudo.
    Assim é a porta da fé. Aliás, a fé é sempre representada pela luz, descrita como uma luz que ilumina o coração da pessoa. Quando alguém não tem fé, está às escuras, não consegue ver as maravilhas espirituais. Quando recebe a fé, todas as verdades de fé, ouvidas, lidas, aprendidas e acolhidas se tornam perfeitamente visíveis. E porque são visíveis, são acreditadas, o coração as aceita, as assume e nelas se alegra e agradece.
    O Papa escreveu: “A porta da fé que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”. A porta da fé: 1º nos introduz na vida de comunhão com Deus,  2º permite a entrada na Igreja. 3º essa porta está sempre aberta para nós.
    A luz da fé ilumina Deus. Isto é, ilumina e mostra que Deus existe, que Ele é Trindade, que Ele é único e verdadeiro, que Ele nos criou e ama como a filhos muito amados. A fé nos mostra todas as perfeições divinas. Mas o importante é que “pela porta da fé entramos em “comunhão” com esse Deus”, diz o Papa. Essa Comunhão de amor com Deus tem consequências maravilhosas para a nossa vida. Essa comunhão é uma convivência com o próprio Deus. Nessa convivência, Deus pode realizar plenamente sua obra de amor em nós, e pode nos conduzir pelos caminhos da vida para a salvação. Que de mais belo e maravilhoso do que podermos estar “em comunhão” com Deus e vivermos nossa vida no seu amor?
    Essa porta está sempre aberta para nós. Sim, é Deus quem quer essa comunhão conosco. É Ele que tomou e toma as iniciativas para que haja essa comunhão. Nessa comunhão, Ele quer a nossa felicidade e a nossa salvação eterna, para que estejamos com Ele por toda a eternidade. Essa porta está aberta para todos os que buscam a Deus e uma vida com Deus. Deus quer a salvação de todos os seres humanos. E a quer em tão grande desejo que nos enviou o seu próprio Filho para ser o nosso Salvador.
    Felizes somos nós que já passamos por essa porta que nos levou à comunhão com Deus e a uma vida com a Igreja.
Padre Alírio Pedrini,scj

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PORTA FIDEI - síntese da Carta Apostólica do Papa Bento XVI


1. A Porta da Fé está sempre aberta para nós.
• É possível cruzar este limiar quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça.
• Esse caminho inicia no Batismo e só conclui com a morte para a vida eterna, fruto da Ressurreição do Senhor.
• Professar a fé na Trindade.

2. O Papa desde o início de seu ministério lembrou a necessidade de redescobrir o caminho da fé.
• Para fazer brilhar a alegria do encontro com Cristo;
• E a Igreja que se põe à caminho, para conduzir para fora do deserto;
• A fé hoje já não é um pressuposto obvio da vida. Acaba até negada.

3. Fundamento antropológico da fé: necessidade do absoluto.
• Como a samaritana, o homem de hoje tem necessidade de ouvir Jesus;
• Readquirir o gosto de se alimentar com a Palavra de Deus e do Pão da Vida;
• Trabalhai pelo alimento que perdura. O que fazer? Crer em Jesus que é o Caminho da salvação.

Proclamação do Ano da Fé e suas motivações (4-5)

4. A proclamação do Ano da Fé. (Início: 11/10/2012; Término: 24/11/2013)
• Nesta data completam-se os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica;
• Terá a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos. Tema: A Nova Evangelização para a transmissão da fé: reflexão, redescoberta da fé.
• Paulo VI em 1967 – 19º Centenário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo. Para uma autêntica e sincera profissão da mesma fé: confirmada de maneira individual e coletiva, interior e exterior, humilde e franca. Profissão da Fé do Povo de Deus. 

5. Os textos do Vaticano II não perdem seu valor e beleza.
• O Concílio foi uma grande graça para a Igreja, como bússola segura para nos orientar;
• Os textos lidos com uma justa hermenêutica “são grande força de renovação”.

Os objetivos do Ano da Fé (6-7)

6. Primeiro Objetivo: A renovação da Igreja.
• Através do testemunho que faz brilhar a Palavra da Verdade, que o Senhor nos deixou;
• É convite de conversão ao Senhor, através da Vida nova recebida no Batismo (transformando pensamentos, afetos, mentalidade, comportamentos)

7. Segundo Objetivo: Uma nova Evangelização.
• O amor de Cristo impele também à Evangelização.
• A fé torna-nos fecundos, alarga o coração: abre o coração e a mente dos ouvintes para acolher o convite do Senhor, sua Palavra;
• “Os crentes fortificam-se acreditando”. “Só acreditando que a fé cresce e se vigora”.

Ações fundamentais do Ano da Fé: refletir, confessar, celebrar e testemunhar a fé (8-9)

8. Celebrar o Ano da Fé de forma digna e fecunda.
• Intensificar a reflexão sobre a fé: maior consciência e adesão fortalecida;
• Oportunidade de confessar a fé: Catedrais, igrejas, casas. Comunidades religiosas, paroquiais, realidade eclesiais: Profissão Pública do CREDO.

9. O Ano suscite o anseio de confessar a fé
• Intensificar a celebração da Fé na liturgia: Eucaristia (meta e fonte)
• Testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade.
• Nos primeiros séculos os cristãos deviam aprender de cor o Credo.

Dimensões da fé: “ato de fé” e “conteúdo da fé”, pessoal e comunitária (10)

10. “Acredita-se com o coração, e com a boca, faz-se a profissão de fé” (Rm 10,10)
• O coração indica o ato pessoal e livre que acolhe o conteúdo da fé;
• A boca indica os conteúdos professados;
• O coração indica a dimensão pessoal; e a boca, a dimensão comunitária;
• A profissão de fé é pessoal e comunitária. Eu creio: a fé professada por cada crente. Nós cremos: é a fé da Igreja confessada pelos bispos reunidos em Concilio.
• O conhecimento dos conteúdos da fé é essencial ao assentimento (adesão ao mistério da fé).
• Pessoas em busca sincera: na própria razão está inscrita esta exigência.

Catecismo da Igreja Católica como instrumento para se chegar a um conhecimento sistemático da fé (11-12)

11. O Catecismo dará um contributo importante à obra da renovação da vida eclesial.
• Nele sobressai a riqueza da doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu;
• A sua estrutura leva ao Encontro com uma Pessoa: depois da profissão de fé vem a vida sacramental que alimenta a fé pela graça e a vida moral, oração.

12. Instrumento de apoio à fé.
• Nota da Congregação da Doutrina da Fé oferece indicações pastorais.
• Em nossos dias a fé vê-se sujeita a uma série de interrogações.

Repassar a história de nossa fé e o testemunho da Caridade (13-14)

13. Repassar a história de nossa fé que faz a santidade entrelaçada com o pecado.
• A primeira incentiva o progresso da fé; o segundo aponta a necessidade de conversão;
• Exemplos de Fé (dois mil anos); Maria, José; Apóstolos e Mártires; Consagrados(as); cristão em prol da justiça; homens e mulheres de todas as idades: testemunho nos seus lugares de vida.

14. Ocasião propícia para intensificar o testemunho da Caridade.
• A maior é a caridade. (1Cor 13,13); Fé sem obras… (Tg2,14-18)
• A fé sem a caridade não dá fruto; a caridade sem fé seria um sentimento, a mercê da dúvida.
• “Sempre que fizestes isto a um de meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).

Conclusão (15)

15. Sintamos dirigida a nós a exortação feita por Paulo a Timóteo.
• Para que procure a fé (2Tim 2,22), com a mesma constância quando novo (2Tim 3,15).
• A fé obriga a cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado.
• Confiamos ao Senhor Jesus que derrotou o mal e a morte. Ele presente no meio de nós vence o poder do maligno (Lc 11,20).
• O Papa confia Maria “aquela que acreditou” (Lc 1,45), o Ano da Fé como um tempo de graça.

sábado, 18 de maio de 2013

A vinda do Espírito Santo - Jo 20,19-23

"A PAZ ESTEJA COM VOCÊS!" (João 20,19-22)



OLHAR DE PERTO AS COISAS DA NOSSA VIDA
No texto de hoje, vamos meditar sobre a aparição de Jesus aos discípulos e a missão que eles receberam. Eles estavam reunidos com as portas fechadas porque tinham medo dos judeus. De repente, Jesus se coloca no meio deles e diz: "A paz esteja com vocês!" Depois de mostrar as mãos e o lado, ele diz novamente: "A paz esteja com vocês! Como o pai me enviou, eu envio vocês!" Em seguida, lhes dá o Espírito para que possam perdoar e reconciliar. A paz! Reconciliar e construir a paz! Esta é a missão que recebem.
Hoje, o que mais falta é a paz: refazer os pedaços da vida, reconstruir as relações quebradas entre as pessoas. Relações quebradas por causa da injustiça e por tantos outros motivos. Jesus insiste na paz. Repete várias vezes! As pessoas que lutam pela paz são declaradas felizes e são chamadas filhos e filhas de Deus (Mt 5,9)! Vamos conversar mais sobre isso...

SITUANDO
Na conclusão do capítulo 20 (Jo 20,30-31), o autor diz que Jesus fez "muitos outros sinais que não estão neste livro. Estes, porém, foram escritos (a saber os sete sinais relatados nos capítulos 2 a 11) para que possam crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, acreditando, ter a vida no nome dele" (Jo 20,31). Mais tarde, foi acrescentado o Livro da Glorificação que descreve a hora de Jesus, a sua morte e ressurreição. Assim, o que era o final do Livro dos Sinais passou a ser conclusão também do Livro da Glorificação.


COMENTANDO
João 20,19-20: A experiência da ressurreição
Jesus se faz presente na comunidade. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Até hoje é assim! Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus está no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e sempre será: "A paz esteja com vocês!" Ele mostrou os sinais da paixão nas mãos e no lado. O ressuscitado é o crucificado! O Jesus que está conosco da comunidade não é um Jesus glorioso que não tem mais nada em comum com a vida da gente. Mas é o mesmo Jesus que viveu nesta terra, e traz as marcas da sua paixão. As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós.
João 20,21: O envio: "Como o Pai me enviou, eu envio vocês!"
É deste Jesus, ao mesmo tempo crucificado e ressuscitado, que recebemos a missão, a mesma que ele recebeu do Pai. E ele repete: "A paz esteja com vocês!" Esta dupla repetição acentua a importância da paz. Construir a paz faz parte da missão. Paz significa muito mais do que só ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo todas o necessário para viver, convivendo felizes e em paz. Esta foi a missão de Jesus, e é também a nossa missão. Numa palavra, é criar comunidade a exemplo da comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
João 20,22: Jesus comunica o dom do Espírito
Jesus soprou e disse: "Recebei o Espírito Santo". É só com a ajuda do Espírito de Jesus que seremos capazes de realizar a missão que ele nos dá. Para as comunidades do Discípulo Amado, Pásscoa (ressurreição) e Pentecostes (efusão do Espírito) são a mesma coisa. Tudo acontece no mesmo momento.


ALARGANDO
A ação do Espírito no Evangelho de João
A língua hebraica usa a mesma palavra para dizer vento e espírito. Como dissemos, o vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção: vento norte, vento sul. Assim, o Espírito de Deus tem um rumo, um projeto, que se manifesta na criação. No Evangelho de João a gente vê como as profecias se realizam em Jesus. João usa muitas imagens e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação, assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vindo céu". É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida. Suas palavras são Espírito e vida. Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo. Através de sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós.
Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus. Quando apareceu aos apóstolos, soprou sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo!" O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que creem em Jesus. O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês  perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos". O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus. Animados pelo Espírito de Jesus, podemos adorar a Deus em qualquer lugar. Aqui se realiza a liberdade do Espírito.

Shalom: a construção da paz
O primeiro encontro entre Jesus ressuscitado e seus discípulos é marcado pela saudação feita por ele: "A paz esteja com vocês!" Por duas vezes Jesus deseja a paz a seus amigos. Esta saudação é muito comum entre os judeus na Bíblia. Ela aparece quando surge um mensageiro de Deus. Logo em seguida, Jesus os envia em missão, soprando sobre eles o Espírito. Paz, Missão e Espírito! Os três estão juntos. Afinal, construir a paz é a missão dos discípulos e das discípulas de Jesus (Mt 10,13; Lc 10,5). O Reino de Deus, pregado e realizado por Jesus e continuado pelas comunidades animadas pelo Espírito, manifesta-se na paz. O Evangelho de João mostra que esta paz, para ser verdadeira, deve ser a paz trazida por Jesus. Uma paz diferente da paz construída pelo império romano.
Paz na Bíblia (em hebraico é shalom) é uma palavra muito rica, significando uma série de atitudes e desejos do ser humano. Paz significa integridade da pessoa diante de Deus e dos outros. Significa também uma vida plena, feliz, abundante. A paz é sinal da presença de Deus, porque o nosso Deus é um "Deus da paz". Por isso mesmo, a proposta de paz trazida por Jesus também é sinal de "espada", ou seja, de perseguições para as comunidades. O próprio Jesus faz este alerta sobre as tribulações promovidas pelo império tentando matar a paz de Deus.
É preciso confiar, lutar, trabalhar, perseverar no Espírito para que um dia a paz de Deus triunfe. Neste dia "amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam". Então, como ensina Paulo, "o Reino será justiça, paz e alegria como fruto do Espírito Santo" e "Deus será tudo em todos".

Texto extraído do livro RAIO-X DA VIDA: Círculos Bíblicos do Evangelho de João. Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autoria de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. Publicação: Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).


O que significa Pentecostes? 




É uma palavra originária do grego e significa "quinquagésimo", tendo em vista que marca o 50° dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo, narrada no livro dos Atos do Apóstolos (cf. At 2,1-13). Contudo, antes de ser uma festa cristã, Pentecostes era uma festa judaica.


Em sua origem, essa celebração tinha outros nomes (Festa das Semanas e da Colheita) e era, essencialmente, uma festa agrícola. Com o passar do tempo, essa comemoração perdeu a ligação com a vida dos agricultores (cf. Êxodo 23,14-17; 34,22), recebeu o nome grego de “Pentecostes” e tomou-se uma festa cívico-religiosa. 

No tempo de Jesus, celebrada 50 dias após a Páscoa, esta festividade também recordava o dia em que Deus entregou as tábuas da Lei a Moisés, no Monte Sinai. A narrativa encontrada, em Atos dos Apóstolos, coincide com a vinda do Espírito Santo na festa judaica de Pentecostes. 



segunda-feira, 13 de maio de 2013

de 12 a 19 de maio a Igreja celebra Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC)

André Alves
Da Redação, com CONIC


A Igreja celebra entre os dias 12 e 19 de maio, a edição 2013 da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), no hemisfério sul. O tema da Semana será “O que Deus exige de nós?”.  Inspirado em Miquéias 6,6-8, o material foi todo preparado pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de Toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia.


Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), por sua vez, se encarregou de produzir todo o material que será utilizado por igrejas e movimentos ecumênicos.


A Semana de Oração é promovida mundialmente pelo Conselho Pontifício para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e acontece em períodos diferentes nos dois hemisférios.

No hemisfério norte, o período tradicional para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) é de 18 a 25 de janeiro. Essas datas foram propostas em 1908, por Paul Watson, pois cobriam o tempo entre as festas de São Pedro e São Paulo, e tinham, portanto, um significado simbólico.

Por sua vez, no hemisfério Sul, as Igrejas geralmente celebram a Semana de Oração no período de Pentecostes (como foi sugerido pelo movimento Fé e Ordem, em 1926), que também é um momento simbólico para a unidade da Igreja. No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) lidera e coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.

O Subsídio para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2013 afirma que o querer de Deus é que os homens trilhem, hoje, um caminho feito de justiça, de compaixão e de humildade. "Esse caminho de discipulado envolve trilhar o caminho estreito do Reino de Deus e não as estradas dos impérios de hoje. Andar por esse caminho de retidão inclui as dificuldades da luta, o isolamento que acompanha protestos e o risco associado ao ato de resistir aos 'poderes e dominadores', explica o documento.

A unidade


Para o bispo da Diocese de Dourados e membro da Comissão Episcopal da CNBB para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, Dom Redovino Rizzardo, a unidade é um apelo do próximo Jesus aos cristãos. (cf. Jo 17,21) e deve sempre começar pela oração. “A unidade que Jesus fala é construída muito mais numa conversão das pessoas do que em apenas estruturas ou critérios humanos. Acho que o primeiro passo é a oração, porque ela nos torna mais próximos de Deus e é Nele que nós nos encontraremos unidos”.

Sobre a importância do ecumenismo, Dom Redovino afirma que este dá à Igreja a autenticidade de Seu Fundador, Jesus Cristo. Para o bispo, é impossível alguém afirmar estar na Igreja verdadeira de Jesus e não ser ecumênico. "Se a minha Igreja, por acaso, não fosse ecumênica, eu deveria desconfiar que não estou na Igreja de Jesus. Parece-me que uma característica da verdadeira Igreja de Cristo é o ecumenismo. Quanto menos ecumênica for uma Igreja, mais ela está se distanciando do Fundador que é Cristo”.


Além da Semana de Oração, a Igreja Católica, junto com outras denominações cristãs, tem promovido atividades para a celebração da unidade. Entre elas estão as Campanhas da Fraternidade Ecumênicas, que acontecem a cada cinco anos no Brasil.

A primeira CFE foi organizada no ano 2000, e teve como tema “Dignidade humana e paz”, e o lema escolhido foi: “Novo milênio sem exclusões”. A segunda edição, em 2005, falou sobre “Solidariedade e paz”, com o lema: “Felizes os que promovem a paz”. Em 2010, o tema versou sobre “Economia e Vida”, com o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”.

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289193

sábado, 11 de maio de 2013

Ascensão do Senhor - Lucas 24,46-53


Neste ano, o evangelho oferecido para refletir nesta festa da Ascensão é o de Lucas, que é, sem dúvida, quem mais explicita esta ideia tanto no final do terceiro evangelho como no início do livro dos Atos dos Apóstolos.


Ele também é o único que narra o acontecimento do ocultamento da ascensão, da desaparição visível de Cristo no céu, quarenta dias depois da Ressurreição.

Para os outros evangelistas, como para Paulo, a ascensão é um acontecimento invisível e em conexão imediata com a ressurreição. Tanto é assim que até o século V depois de Cristo, a Igreja, apesar do texto lucano, celebrou como festa única a Páscoa e a Ascensão.

Depois sim, se fez sentir a historificação da narrativa de Lucas e se desmembrou a festa da Ascensão como festa própria.

Cabe a pergunta sobre o porquê do texto lucano, se de fato acreditamos que o acontecimento pascal abraça num único mistério a paixão, a morte, a ressurreição, a ascensão e o envio do Espírito Santo.

Sem dúvida, Lucas busca explicitar aos seus destinatários o mistério de Jesus e a missão da nova comunidade.

Para isso ele usa um estilo literário, uma linguagem própria de sua época. Cenas de ocultamento e de ascensão não eram desconhecidas no mundo antigo greco-romano e judeu.


Narrações desse estilo eram usadas para realçar o final glorioso de um homem, se descreve uma cena com espectadores, a pessoa famosa dirige as últimas palavras ao povo, ou aos seus discípulos, e nesse momento é arrebatado ao céu. E a sua ascensão se descreve entre nuvens e obscuridade, para caracterizar sua numinosidade e transcendência.

Segundo Paul Ricoeur, Lucas faz uso de um esquema narrativo que estava à sua disposição naquele tempo, para comunicar o mistério pascal.

Lucas narra que Jesus foi elevado ao céu, revelando assim seu destino e glória, a comunhão com Deus; dele saiu, a Ele volta. Quantas vezes no evangelho de João encontramos Jesus anunciando que volta ao Pai de quem veio!

A comunidade primitiva reconhece a glória de Jesus, que é a vitória definitiva do Deus da vida sobre a morte, por isso se prostram e adoram-no.

É significativo Lucas dizer que os discípulos voltam para Jerusalém. Sabemos que esta cidade é muito querida pelo evangelista, nela ele concentra os acontecimentos principais da vida de Jesus, ali também se dará início a um tempo novo, o tempo da Igreja nascente.

Até podemos fazer um paralelismo entre dos textos lucanos que fazem referência a esta cidade.

Foi em Jerusalém onde Jesus ainda menino foi apresentado no Templo (Lc 2,32), e a Igreja também será "apresentada" nesta cidade, e a partir dela continuará a missão de seu Mestre e Senhor (Lc 24,47).

O texto de hoje ainda revela uma característica muito importante da comunidade primitiva: a alegria. No meio da fragilidade, perigos e incertezas, que viviam como pequeno grupo nascente estão alegres. 

A alegria é fruto da presença do Ressuscitado no meio deles, que os encoraja a não ficar parados, fechados no cenáculo, mas a comunicar essa alegria a todos/as como Jesus o fez.

Por isso a Igreja é, desde sua origem, missionária. A missionariedade é parte da natureza da Igreja, não uma atividade mais.

Segundo o teólogo francés Marie Dominque Chenu a Igreja precisa a anunciar com sua vida o anúncio do profeta Sofonias que coloca na boca de Javé estas palavras: "Me enamorei de vocês, e quero vir a viver com vocês: então, dançarei de alegria".  Se a instituição é necessária, também com a sua dimensão política, segundo a lógica própria da encarnação, então ela não será outra coisa que um serviço, um conjunto de "ministérios".

Compreender e realizar essa missão nos dias de hoje é o grande desafio de toda a Igreja.



Referências
BOFF, Leonardo. Hablemos de la outra vida. Barcelona: Sal Terae, 1978. 
DUFOUR, Xavier Leon. Ressurrección de Jesus y mensaje Pascual. Barcelona: Sigueme, 1972
KONINGS, Johan. Espírito e Mensagem da liturgia dominical. Porto Alegre: Escola Superior de Teologia, 1981.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013